Os 66.490 eleitores convocados em outubro do ano passado para escolher o novo prefeito de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, precisam voltar às urnas, das 8h às 17h deste domingo (2/4) para votar mais uma vez. O município pernambucano é um dos 12 do território nacional que passam neste domingo por eleição suplementar em razão da anulação do pleito regular de 2016. Quem vencer a disputa terá pela frente o desafio de transformar a cidade com o maior PIB per capita do Estado numa referência em infraestrutura, gestão e serviços básicos.
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Concentrando grandes empreendimentos _ o Porto de Suape, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul – Ipojuca ainda guarda área de proteção ambiental e balneário turístico, carecendo de uma administração sustentável, que saiba conciliar as diferentes potencialidades e atender às populações permanente e flutuante.
Os eleitores terão que escolher entre três candidatos, estando mais acirrada a concorrência entre tucanos e petebistas. Carlos Santana (PSDB), ex-prefeito, segundo mais votado na eleição de outubro e que na nova tentativa se apresenta como Carlinhos, tem o apoio do governador Paulo Câmara e do seu partido, o PSB. A adversária Célia Sales (PTB) é mulher do mais votado na última eleição, Romero Sales, que teve a candidatura impuganada pela Justiça Eleitoral por estar enqudrado na Lei da Ficha Limpa, em razão de condenação por improbidade quando vereador. Célia tem o apoio do senador Armando Monteiro e do ex-presidente Lula (PT). O terceiro candidato é Olavo Aguiar (PMN), eleito vereador.
O clima agitado da campanha, com troca de acusações entre os dois principais candidatos, fez o Tribunal Regional Eleitoral pedir reforço de policiamento. Nos 25 locais de votação e proximidades 150 policiais militares estarão atuando. Além disso, equipes da Radiopatrulha e do Batalhão de Choque estarão nos distritos da cidade para coibir boca de urna e conter brigas da militância.
Célia Sales deve votar na Escola Domingos Albuquerque, no centro da cidade. Carlos Santana votará na Escola Armando da Costa Brito, em Nossa Senhora do Ó, enquanto Olavo Aguiar tem como local de votação a Escola Maria José Ferreira, em Maracaípe. O local que mais concentrará eleitores é a Escola Municipal Ministro Jarbas Passarinho, no centro, onde são esperados 5,7 mil votantes. Ao todo o município conta com 190 seções.
Em outubro de 2016, a abstenção foi de 8,7%. Dos 60.670 que compareceram, 3.118 anularam o voto (excluindo os que votaram em Romero e em outro candidato que renunciou) e 1.216 votaram em branco. Romero Sales somou 32.496 votos, enquanto Carlos Santana reuniu a preferência de 23.765 eleitores. A expectativa do Tribunal Regional Eleitoral é divulgar o eleito às 19h de hoje. A apuração poderá ser acompanhada no no divulga.tse.jus.br. O município vem sendo administrado desde janeiro pelo presidente da Câmara de Vereadores, Irmão Ricardo (PTC).
Resultado ainda pendente em oito municípios
O resultado da eleição para prefeito de outubro de 2016 ainda está pendente em outros oito municípios pernambucanos, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral. Mas em todos eles, o candidato mais votado exerce o mandato, mesmo naqueles lugares em que inicialmente o registro foi indeferido pelo TRE. É que novas decisões restabeleceram o direito de posse, embora ainda existam pendências aguardando resposta definitiva do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
É o caso, por exemplo, de João Mendonça (PSB), em Belo Jardim, no Agreste. Uma liminar, concedida pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, deu a ele, ainda em dezembro de 2016, o direito de assumir o cargo pela segunda vez.
Outros municípios com alguma pendência são Cabrobó, Jataúba, Água Preta, Dormentes, Gravatá, Ipubi e Riacho das Almas, mas nos últimos cinco, a candidatura foi aceita em segunda instância (TRE), restando recursos a serem julgados.
A eleição suplementar que Ipojuca vivencia neste domingo não é novidade no Estado. Água Preta, Brejo da Madre de Deus, Primavera, Santa Maria da Boa Vista e São João realizaram votação extra depois do pleito regular de 2012.
Em Água Preta o clima foi bastante acirrado em 2013, quando os eleitores voltaram às urnas. Armando Souto (PDT) foi eleito prefeito com 51,62% dos votos (8455), contra 48,38% do adversário, Eduardo Coutinho (PSB). Houve ainda um índice de 23,4% de abstenções, 1,24% de votos em branco e 2,73% de votos nulos. A totalização dos votos terminou às 18h31, quando 100% das urnas das 62 seções eleitorais já tinham sido apuradas.
Neste domingo, além de Ipojuca, haverá eleições em 11 municípios de quatro estados (Paraná, Santa Catarina, Rondônia e Sergipe) para escolher prefeitos e vice-prefeitos. O comparecimento às urnas é obrigatório para quem têm entre 18 e 70 anos de idade, sendo facultativo aos analfabetos, eleitores entre 16 e 18 anos incompletos ou com mais de 70 anos.
