Há um ano, a Câmara dos Deputados votava pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Era sacramentado no dia 17 de abril de 2016 a primeira etapa do processo de afastamento da petista. Coube ao deputado federal Bruno Araújo (PSDB), hoje ministro das Cidades do governo de Michel Temer (PMDB), o 342º voto favorável ao impeachment. No discurso, ele disse: "Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito de milhões de brasileiros. Carrego comigo nossas histórias de liberdade pela democracia. Por isso, o meu voto é sim", disse Araújo, saindo carregado pelos braços de aliados.
Após a decisão na Câmara, o processo seguiu para o Senado, que votou pela impeachment de Dilma.
Naquele 17 de abril, Dilma Rousseff começava a cair, e, um ano depois, a Casa também, com a lista do ministro do STF, Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato.
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Ao menos parte dela. Dos 39 deputados investigados no STF, por suspeitas de caixa dois e corrupção que vieram à tona com as delações da Odebrecht, 21 votaram pela queda da petista, 13 contra, dois se abstiveram e três eram suplentes à época.
Dilma foi afastada definitivamente da Presidência da República no dia 31 de agosto de 2016, por 61 votos a 20 no Senado. Na entrevista, veiculada na noite deste sábado (15), Michel Temer relembra uma conversa mantida com o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na época alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
REPERCUSSÃO
Nas redes sociais, em especial o Twitter, o tema virou motivo de piada nesta segunda-feira. Vários comentários favoráveis a ex-presidente foram postados pela militância do PT e por simpatizantes do partido com a hashtag #UmAnodoGolpe.
Mas, os críticos dos governos petistas não perderam tempo e começaram a viralizar o tema com a hashtag #GolpedoPT e #UmAnodeGolpe.
O clima polarizado da época voltou para as redes sociais, em formato de memes ou gracejos.
Confira alguns deles:
#UmAnoDeGolpe
— Lucas Da Silva (@Ls3095115Lucas) 17 de abril de 2017
Já estamos vivendo esse tempo...@dilmabr pic.twitter.com/vGrlnzlkk2
#UmAnoDeGolpe o GOLPE FOI CONTRA VC, BOBÃO. pic.twitter.com/OYjYSZ3Hcc
— Vantagem Indevida (@Brasilvirouzona) 17 de abril de 2017
Não foi golpe, mas onde foi parar o povo que estava nas ruas fazendo protesto contra a corrupção? Sem bandido de estimação.#UmAnoDeGolpe pic.twitter.com/OnP78U90lh
— Marina Invocada (@marina_invocada) 17 de abril de 2017
#UmAnoDeGolpe olha os caras que foram defender o Golpe kkk pic.twitter.com/UwNyN3I5gl
— joão mikhail (@joomikhail) 17 de abril de 2017
Daqui a pouco o PT vai encenar seu último ato desta peça para vender uma imagem de perseguido politico. #GolpeDoPT pic.twitter.com/O7ZdfTglZl
— Alex Nelson (@AlexAlezza) 29 de agosto de 2016
Na Câmara do Recife, o momento foi lembrado pela líder da oposição, Marília Arraes (PT). Ela classificou como "show de horrores" o posicionamento dos parlamentares na votação.
"Hoje, um ano depois, os brasileiros têm a prova de o golpe não era simplesmente contra o PT, contra Dilma ou contra Lula. O golpe era contra o povo brasileiro", disse.
Em aparte, Ivan Moraes (PSOL) também lamentou a saída de Dilma, mas fez críticas ao governo dela. "Não era um governo bom. Faltava com a sociedade em muitos aspectos", disse. Os dois também lembraram que dia 28 está prevista uma mobilização nacional contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). O ato será organziado pelas centrais sindicais.
Abertura do impeachment
Em dezembro de 2015, a bancada do PT na Câmara decidiu fechar questão contra Cunha no conselho, se posicionando a favor da continuidade do processo de cassação do peemedebista. Cunha decidiu então aceitar o pedido de impeachment contra Dilma, feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. O peemedebista disse à época que a aceitação do pedido tinha "natureza técnica".
"Eu vejo o noticiário, dizendo que o presidente do PT e os três membros do PT se insurgiram e votariam contra (Cunha). Quando foi 15h da tarde, ele (Cunha) me ligou e disse: 'Tudo aquilo que eu disse (de arquivar os pedidos de impeachment de Dilma) não vale, porque agora vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento'", relatou Temer.
Por 11 a 9, o Conselho de Ética acabou aprovando um relatório que pedia a continuidade do processo contra Cunha. Para Temer, se o PT tivesse votado a favor de Cunha, "era muito provável que a senhora presidente continuasse" no cargo.
Indagado por um repórter se a história teria sido outra se Cunha tivesse conseguido os três votos do PT no conselho, Temer respondeu: "Seria outra, é verdade".
Durante a entrevista, o presidente disse que contou o episódio para revelar que Cunha não iniciou o processo de impedimento de Dilma por sua causa. "Eu jamais militei pra derrubar a senhora presidente da República", enfatizou Temer.
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