Em entrevista a Rádio Jornal na manhã desta quinta (20), o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) afirmou que a vitória da base aliada do governo ao aprovar a tramitação em regime de urgência da Reforma Trabalhista na Câmara dos Deputados, não significa que será possível aprovar a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) da Reforma da Previdência.
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"A despeito dessa vitória de ontem, que é questionável do ponto de vista regimental, porque matéria foi vencida no dia anterior. Ainda que tenha havido essa vitória parcial do governo, não me parece que isso abra um caminho muito tranquilo para a aprovação da Reforma da Previdência", alegou o deputado. A proposta foi aprovada na Câmara quando foi colocada em votação novamente, após sofrer derrota no dia anterior. Na terça-feira, foram apenas 230 votos a favor e 163 contrários e uma abstenção. Já na votação desta quarta (19), foi aprovada com 287 votos a favor e 144 contra.
Segundo Tadeu, a PEC da Previdência encontra muito mais resistência na própria Câmara e na sociedade. "A Reforma da Previdência tem muita dificuldade, independente desse resultado, são 308 votos [de um total de 513] que precisam estar dentro do escopo da aprovação, é um quórum extremamente elevado. É um tema que tem uma dificuldade muito grande do conjunto da sociedade brasileira".
Ele reconhece ainda as evoluções com a flexibilização de alguns pontos, mas que elas custaram a serem acrescentadas. "Essas evoluções vieram em um tempo em que a sociedade já tinha criado uma antipatia muito grande em relação a proposta da Reforma, alias a rigidez do governo impediu que pudesse fazer uma pactuação, porque não dá para deixar de reconhecer que algumas reformas são necessárias, inclusive na idade mínima, na hora que você tem a expectativa vida alterada de modo substantivamente na vida do brasileiro, é obvio que isso tem impacto direto no sistema de previdência de qualquer país.
Reencaminhamento
Segundo Tadeu, o mais viável seria retirar a matéria e colocá-la novamente em votação com as alterações. "Se retirasse a proposta e reencaminhasse já incorporando essas mudanças e fazendo uma construção coletiva seria mais fácil aprovar. Até porque tem setores, como o PSB, que admitem a necessidade de reformas, mas não com a dureza e a extensão que elas foram propostas. A essa altura ela tem um defeito de procedimento".