O Estado promete, em nota, colocar em funcionamento o primeiro módulo do centro prisional de Itaquitinga no segundo semestre do ano. A previsão vem mudando ao longo do tempo. Por enquanto, a obra é tocada pela empresa pernambucana Carajás, que venceu a licitação em outubro de 2016 para executar o serviço por R$ 10,1 milhões.
Além de ajustes na construção e troca da cerca de segurança, em andamento, há outras pendências aguardando solução. O promotor de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, depois de várias visitas ao complexo de Itaquitinga, avalia que apenas 65% da edificação está pronta.
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Ele recomenda que o primeiro módulo receba mil presos do superlotado Complexo do Curado e que seja inaugurado com a infraestrutura necessária, que inclui a conclusão da estrada de acesso por Itaquitinga, inacabada. A pista, no meio do canavial, que atenderia também o povoado de Chã de Sapé, está no barro e com apenas uma parte da estrutura de concreto de uma ponte. Ao visitar o local na última semana, a reportagem do JC e da TV Jornal constatou a precariedade do acesso, que coloca em risco os moradores – “Na última chuva, o ônibus escolar quase virou no rio”, disse um estudante – e pode facilitar emboscadas no deslocamento de presos, na avaliação do promotor. Haveria pendências ainda em relação a uma adutora da Compesa, que levaria água do sistema Botafogo ao Centro Integrado de Ressocialização.
Moradores de Itaquitinga temem pela segurança do município
Em Chã de Sapé, o sentimento dos moradores é de preocupação. “Por um lado geraria empregos, como aconteceu no início da obra. Mas tenho medo da presença dos presos por aqui, sem que tenha havido qualquer investimento na segurança do município”, diz Laureci Barros. Para ela, uma fábrica de confecções ou de vidro poderia ter gerado naquela área mais efeito positivo. “Nosso paraíso vai virar um inferno”, comenta uma vizinha dela, referindo-se ao risco de fugas, rebeliões e mudança para aquela comunidade de comparsas dos criminosos.
O JC tentou falar com a Advance, a Sensibiliza e a DAG, todas com sede na Bahia, mas não conseguiu. As informações do governo do Estado foram repassadas por nota. No comunicado, o Estado diz que tomou todas as providências para apurar e minimizar prejuízos, como para apurar as faltas contratuais das empresas. Promete abrir licitação para contratar as conclusão do segundo módulo.