Após a soltura do ex-ministro José Dirceu pelo Supremo Tribunal Federal, o senador da República Álvaro Dias (PV), em entrevista a Rádio Jornal nesta quarta (3), afirmou que a decisão é um golpe contra a Operação Lava Jato.
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“Sem dúvida, foi um golpe, mas nós aguardamos o contragolpe. A lava jato se consolidou na opinião pública, tem um apoio popular sem precedentes. Os escândalos de corrupção provocaram tal indignação que hoje a prioridade número um do povo brasileiro é essa limpeza que se propõe através da Operação Lava Jato". Álvaro diz esperar como resposta da Força-Tarefa da Lava Jato um rigor maior nos depoimentos que serão recolhidos e nas decisões que serão adotadas futuramente.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça (2), por 3 votos a 2, pela liberação do José Dirceu. O ex-ministro estava em prisão preventiva desde 2015, no Complexo-Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, por determinação do juiz federal Sérgio Moro. O ministro Gilmar Mendes, presidente da segunda turma do Supremo, deu o voto final para a liberdade do ex-ministro. Dias Toffoli seguiu a mesma linha, junto com o ministro Ricardo Lewandowski.
Álvaro criticou a “flexibilização” por parte dos três ministros que votaram a favor do habeas corpus de José Dirceu. “Destaque-se de outro lado conduta irrepreensível do ministro Edson Fachin e do ministro Celso de melo, esses dois tem atendido a expectativa nacional”.
O senador disse ainda que a consequência desse tipo de decisão é a sensação de impunidade. “Quando há um habeas corpus favorecendo a alguém que reconhecidamente assaltou os cofres públicos do país, passa a ideia que a impunidade está vencendo a Justiça, e nós esperamos que seja uma batalha que se perde e não a guerra, porque a guerra há de ser ganhar na Justiça, especialmente na esfera da Operação Lava Jato”, completou.
Nova denúncia
Na manhã desta terça-feira, o MPF ofereceu mais uma denúncia contra o ex-ministro no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi acusado de receber propina das empreiteiras Engevix e UTC, entre 2011 e 2014.
Em maio do ano passado, José Dirceu foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na sentença, Moro decidiu manter a prisão preventiva. Posteriormente, o ex-ministro da Casa Civil teve a pena reduzida para 20 anos e 10 meses. Ele foi acusado de receber mais de R$ 48 milhões por meio de serviços de consultoria, valores que seriam oriundos de propina proveniente do esquema na Petrobras.