“A saída do Ministério, como orienta meu partido, não contribui para a construção de saída para a crise que enfrentamos”. A fala é do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), que contrariou a decisão partidária e permaneceu no cargo. O titular da pasta divulgou uma nota no Facebook nesta terça-feira (23) com o posicionamento.
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A sigla tinha orientado que ele entregasse o cargo e saísse da base do presidente Michel Temer (PMDB), atingido em cheio pela delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS.
Na nota, Fernando diz que o momento exige “responsabilidade e equilíbrio”. “Há um ano, recebi do Presidente da República a confiança e a missão de reestruturar setores estratégicos, marcados por conflitos e incertezas em decorrência de um modelo esgotado e incapaz de atender às necessidades do Brasil”, afirmou o ministro.
EXPULSÃO
Nessa terça-feira (22), dirigentes e deputados do PSB da ala que faz forte oposição ao presidente Michel Temer (PMDB) pediram a expulsão do ministro de por permanecer no cargo mesmo após a legenda decidir oficialmente romper com o governo.
Em reunião nesse sábado, 20, o PSB decidiu desembarcar do governo Temer após o presidente ser atingido pela delação de executivos da JBS. O partido pede a renúncia de Temer e defende eleições diretas para presidente, caso Temer renuncie, seja cassado ou sofra impeachment. Hoje, a Constituição Federal prevê eleição indireta nesses casos.
Na reunião do PSB de sábado, o partido decidiu desembarcar do governo, mas não estabeleceu punição para quem permanecesse. “Não determinamos a saída, apostando no bom senso, que, infelizmente, não há. Não houve decisão de que não de que não haveria punição”, rebateu o presidente da sigla.