Convidado para palestrar para uma plateia formada por empresários e advogados, o ministro Gilmar Mendes, do STF e TSE, arrancou aplausos cada vez que criticava a intromissão do Judiciário na política. Ele também foi elogiado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), a quem coube a palavra final do evento do Lide, e pelos espectadores que se credenciaram a fazer perguntas. Os questionamentos dirigidos ao magistrado geralmente eram precedidos de menções elogiosas.
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O prefeito destacou que escreveu um artigo para um livro sobre gestão pública organizado por Gilmar Mendes e citou o “brilhantismo e a segurança” das declarações do ministro do STF.
“O conteúdo, a clareza, a objetividade e, sobretudo, a coragem com que o ministro Gilmar Mendes se coloca sobre qualquer posição a sua frente. É desse tipo de atitude e firmeza que o Brasil está precisando nesse momento. Precisamos chegar a um momento em que a política não seja confundida com a má conduta de alguns políticos e outros atores”, afirmou.
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Defensor de alguns investigados em operações que são desdobramentos da Lava Jato, como Turbulência e Fair Play, Ademar Rigueira se apresentou como um “admirador” de Gilmar Mendes. O advogado criminalista, um dos mais requisitados do Estado, disse que o Judiciário era refém dos seus próprios atos e que o Brasil passa por um momento de prisões indevidas para forçar as pessoas a fazerem delações premiadas. “Isso é feito com aplauso da população”, enfatizou.
Ademar Rigueira ainda afirmou que “tudo levar a crer” que a gravação do empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer (PMDB) foi ilegal assim como houve ilegalidade na interceptação telefônica entre os ex-presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) no ano passado.
“Nenhum país da Europa permite isso, mas temos permitido”, ponderou. Em resposta ao criminalista, Gilmar Mendes afirmou que o tema precisa ser levado a sério e cobrou publicamente a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a se manifestar. “Por isso que defendo uma lei completa de abuso de autoridade”, atestou.
Gilmar Mendes pontuou a necessidade de independência do Judiciário e disse que o STF não pode ser um “acólito” do Ministério Público. “Ele defere e indefere medidas. Se ele virar um carimbador ou um chancelador, é melhor que desapareça e que se instale no País uma procuratura nos moldes soviéticos. O juiz não é sócio do promotor”, declarou.
Ainda durante a palestra, Gilmar ensaiou um choro ao lembrar que completará, nesta terça-feira (20), 15 de anos de STF e ganhou uma nova leva de aplausos.
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