Enquanto alguns partidos do Estado já têm entendimento praticamente fechado para as próximas eleições, outros aguardam um cenário mais definido antes de bater o martelo sobre os projetos que vão abraçar. Faltando pouco mais de um ano para o pleito, a corrida em busca de aliados fica cada dia mais acirrada e, em algumas situações, a perda de apoio pode significar um impacto relevante nas urnas.
Com registros de números expressivos nas últimas votações, sobretudo entre os eleitores do segmento evangélico, a família Ferreira - que engloba o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR); o irmão dele, o deputado federal André Ferreira (PSC); e o cunhado de ambos, o vereador Fred Ferreira (PSC) - e o PP, atualmente integrantes da base do governo, não descartam a possibilidade de partirem para a oposição em 2018. Os dois grupos almejam uma vaga no Senado.
“Nós colaboramos com o governo, mas o governador Paulo Câmara não quis que o PP participasse efetivamente da gestão, então não temos compromisso com ele. Apesar disso, só vamos discutir 2018 em 2018”, afirmou o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente do PP-PE, segunda bancada da Assembleia Legislativa, lamentando a ausência de representantes da sigla em secretarias estaduais.
Para Anderson Ferreira (PR), o momento é de debater propostas para estabelecer as estratégias que possam vir a beneficiar Pernambuco. “É muito cedo para falar em alianças, precisamos ver quem serão os candidatos. Neste momento, estamos preocupados em discutir Pernambuco e qual a contribuição que podemos dar para o nosso Estado”, comentou o prefeito. Questionado se o grupo está aberto para ouvir os projetos de outras frentes políticas, o gestor municipal afirmou que sim.
FIÉIS
Apesar de contar com indecisos, o governador Paulo Câmara possui aliados que, ao menos por enquanto, não pensam em abandonar a Frente Popular. De acordo com o deputado federal André de Paula, que está à frente do PSD em Pernambuco, a legenda não tem motivos para sair do lado do executivo estadual. “Meu partido esteve no palanque com Paulo, estamos governando ao lado dele, nossa base está com ele. Temos orgulho dele, que está governando em um momento difícil e permanece de mãos limpas, sem escândalos”, cravou.
“A tendência é que, neste cenário conturbado da política local, partidos de médio porte sentem pragmaticamente e barganhem com um lado e com o outro, avaliando quem vai ofertar as melhores condições de eles se viabilizarem, de estarem no poder. Eles estão preocupados em ficar ao lado de quem tem mais chances de ganhar a eleição”, avaliou a cientista política Priscila Lapa.
