Um dia após a votação da denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB), na última quarta-feira (25), deputados pertencentes à bancada pernambucana repercutem seus votos e comentam sobre o futuro político do chefe do Executivo.
Para Silvio Costa (Avante), o governo saiu enfraquecido na votação ao transformar a Câmara em um "shopping de negócios"."Foi uma apoteose à política da chantagem, da política rasteira. O governo saiu refém do fisiologismo. Ele não tem número para aprovar uma PEC. Qualquer projeto que dependa de 308 votos não irá passar." E complementa: "O que eu mais escutava da base dele (Temer) era: Pra gente está muito bom. Governo fraco e Parlamento forte."
Indo no sentido contrário, o deputado Luciano Bivar (PSL) argumenta que o afastamento do presidente iria desfazer o avanço que o país está tendo. "Seria uma insensatez, há 11 meses da eleição para presidente, interromper um governo que está dando sinais de estabilidade econômica. Não é questão de esquerda ou direita, é uma questão de bom senso. Como você vai agora onde você pode correr o risco da inflação crescer e o desemprego voltar?".
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Tendo 251 votos contra 233, número menor que a última votação, parlamentares de oposição a Temer acreditam que o presidente não conseguirá governar com um quórum menor do que a maioria absoluta, que é de 257 votos. "Ele emprestou toda a energia para ter o apoio, mas esse apoio já é de saída porque não tem a maioria. Com isso ele não aprova PEC, nem Lei Complementar." afirmou Tadeu Alencar (PSB).
Seguindo a mesma linha de Tadeu, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) também chama à atenção para o enfraquecimento do governo pela diminuição dos votos. " A votação menor que o presidente teve a seu favor nesta segunda denúncia é um alerta. Ele poderá enfrentar dificuldades nessa travessia que faz até as eleições de 2018." Contudo o deputado afirmou não ser contrário ás reformas propostas pelo Executivo. "Eu trabalho e sempre trabalhei pelo País. Não sou adepto do quanto pior, melhor. Pelo contrário. Vou continuar votando nos projetos e reformas que irão ajudar o país a sair dessa crise histórica que vivemos"
Discordando dos colegas, Ricardo Teobaldo (Podemos) afirma que o resultado já era esperado pelo governo e acredita na articulação de Temer para aprovas as reformas. "Ele vai tentar rearmar a base. Não acredito que ele irá retaliar. Ele é muito político, conhece a Casa."