A base aliada do governo Temer na Câmara dos Deputados conseguiu garantir os votos necessários para barrar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), nesta quarta-feira (25). Foram 251 votos a favor de Temer, 233 votos contra, além de 25 ausências e 2 abstenções.
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Os 251 votos em favor do governo nesta quarta-feira (25) ficaram abaixo da marca verificada na votação da primeira denúncia, quando Temer conseguiu 263 votos. O plenário da Câmara alcançou o quórum de 342 deputados e iniciou por volta das 17h o processo de votação.
O presidente da República havia sido acusado de ser um dos líderes da organização criminosa batizada de "PMDB da Câmara". Com o resultado, a denúncia voltará a ser analisada após o termino do mandato.
Denúncia contra Temer
Na segunda denúncia, apresentada no dia 14 de setembro, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou o presidente dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
De acordo com o procurador, Temer e parlamentares do PMDB, que também constam na denúncia, participaram de um suposto esquema de corrupção envolvendo integrantes do partido na Câmara dos Deputados com objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública.
Na acusação sobre obstrução de Justiça, Janot sustenta que Temer atuou para comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, um dos delatores nas investigações e que teria sido o operador do suposto esquema. A suposta interferência teria ocorrido por meio dos empresários da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, que também são acusados do mesmo crime. Joesley e Saud foram incluídos na acusação de obstrução porque perderam hoje (14) a imunidade penal após o procurador concluir que os acusados omitiram informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) durante o processo de assinatura do acordo de delação premiada.
Durante a investigação, a defesa de Temer questionou os benefícios concedidos a Joesley Batista pela PGR no acordo de delação.