Alianças

Raul Henry diz ver com 'naturalidade' reaproximação entre PT e PSB

Antigas aliadas, siglas romperam após o impeachment de Dilma Rousseff

Luisa Farias e Renata Monteiro
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Luisa Farias e Renata Monteiro
Publicado em 10/02/2018 às 7:16
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Antigas aliadas, siglas romperam após o impeachment de Dilma Rousseff - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O vice-governador de Pernambuco e presidente estadual do PMDB, Raul Henry, disse, na última sexta-feira (9), após participar de debate na Rádio Jornal, que vê com “naturalidade” a reaproximação entre PT e PSB que tem sido ensaiada nas últimas semanas. O flerte entre as legendas foi inflamado na última terça-feira, depois que o ex-presidente Lula (PT) deu seu aval para que ambas voltassem a dialogar. Segundo informações de bastidores, o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), está sendo cotado para integrar a chapa do governador Paulo Câmara (PSB) nas eleições deste ano, como vice.

“Eu vejo com naturalidade essa hipótese do PT participar dessa aliança. Uma posição nossa em relação a isso teria que ser discutida com o partido, mas eu vejo com naturalidade esse processo”, comentou o peemedebista, completando que considera o governador uma pessoa com capacidade de “dialogar”, de “aglutinar” e que “essa aliança aqui no Estado está se construindo muito em função disso”.

Ao falar especificamente sobre a sua sigla, que já dividiu um projeto nacional com o PT, mas não são aliadas desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Raul mostrou ter uma opinião semelhante a de Lula, que disse acreditar que os fatos passados não inviabilizam acertos futuros nos Estados.

“Creio que o PMDB vai liberar os Estados para cada um fazer sua opção (de aliança). Na última eleição em que esteve na vice de Dilma, vários Estados fizeram outras escolhas. Agora mesmo você já vê muitas alianças entre PT e PMDB aqui no Nordeste. Piauí, Ceará, Alagoas, Sergipe. Em Minas Gerais a aliança deve ser com o PT. Esse sempre foi o perfil do PMDB”, avaliou.

Durante o debate, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) criticou a reaproximação entre petistas e socialistas, a qual ele disse “não entender”. “Eu observei nesses últimos três anos que a retórica do PSB em Pernambuco era terceirizar a crise nacional nas costas do PT. (...) O que se observa agora, na véspera da eleição, é o PSB querendo estar ao lado do PT, que quebrou o País. Quer que estejam juntos defendendo o futuro de Pernambuco. (...) Começar 2018 assim para mim é incompreensível”, disparou o parlamentar.

DEBATE

Durante o programa que discutiu indicadores econômicos de Pernambuco, Raul defendeu Paulo Câmara ao ser cobrado sobre o comprometimento do Estado com gastos de pessoal de 47,09 % em 2017, próximo do limite prudencial de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR). “O aumento da folha foi uma escolha correta do governador para enfrentar os três problemas que mais afligem a população: educação, saúde e a questão da segurança pública”.

Silvio Costa Filho chamou atenção para o baixo investimento de Pernambuco (5,5%) em comparação ao estado da Bahia (8,9%) e do Ceará (12%) no ano passado. “Na hora que se tem mais investimentos, você tem mais obras rodando, tem a melhoria do emprego e naturalmente da qualidade de vida das pessoas”. Em resposta, Raul queixou-se da falta de repasses do governo federal.

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