RIO DE JANEIRO

Mesmo na oposição, PSB acompanha Temer e vota a favor da intervenção

Para Danilo Cabral (PSB), intervenção foi adotada por Temer para evitar derrota da reforma Previdência, mas a situação do Rio justifica a medida

Da editoria de Política
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Publicado em 20/02/2018 às 12:59
Foto: Chico Ferreira/Divulgação
Para Danilo Cabral (PSB), intervenção foi adotada por Temer para evitar derrota da reforma Previdência, mas a situação do Rio justifica a medida - FOTO: Foto: Chico Ferreira/Divulgação
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Mesmo na oposição ao governo de Michel Temer, deputados do PSB decidiram votar a favor do decreto do presidente que determinou intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. A matéria foi aprovada na Câmara na madrugada desta terça-feira (20). Foram 340 votos favoráveis, 72 contrários e uma abstenção.

Do PSB, 24 votos foram favoráveis, entre eles estão os dos pernambucanos Creuza Pereira, Danilo Cabral, Gonzaga Patriota, João Fernando Coutinho, Severino Ninho e Tadeu Alencar. Apenas um voto da sigla foi contrário ao decreto, o da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP).

A votação chama atenção, pois o PT que ensaia uma aliança com os socialistas se posicionou contrário à medida. Inclusive, lideranças do PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB se reuniram recentemente para construir um movimento de oposição ao governo Temer. Eles pretendem lançar o manifesto "Unidade para Reconstruir o Brasil", que defende uma base de diálogo e convergência entre eles para além das alianças eleitorais que vierem a ser formadas.

"Apesar de entender que a medida foi adotada pelo Presidente Temer apenas para evitar a derrota na votação da reforma previdência, prevista para ser votada neste mês, consideramos que a situação do Estado do Rio de Janeiro justifica a medida", afirmou o deputado Danilo Cabral. Nas redes sociais, Tadeu Alencar classificou a intervenção como 'necessária'.

Em artigo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira disse que a tarefa principal das forças políticas é impedir que uma situação diagnosticada como excepcional dê margem a iniciativas de exceção, mas pregou responsabilidade. "Se o decreto presidencial lograr aprovação em sua tramitação, será responsabilidade do Parlamento zelar para que os efeitos negativos da medida não ocorram. Os parlamentares da bancada do Partido Socialista Brasileiro – PSB têm, nessas circunstâncias, liberdade para apreciar e decidir sobre a matéria, que é naturalmente complexa. Não faltarão, contudo, à responsabilidade de acompanhar todos seus desdobramentos, que interessam de perto à população do Rio de Janeiro e à democracia brasileira como um todo", diz trecho que artigo, que você lê na íntegra clicando aqui.

Confira as publicações de deputados do PSB

Em Pernambuco, socialistas tentam colar a imagem – e a impopularidade – do presidente Temer no grupo de oposição composto pelos senadores Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB), mais os ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM), e das Minas e Energia, Fernando Filho (sem partido), além do deputado federal Bruno Araújo (PSDB), ex-ministro das Cidades. 

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), já usou o chavão “turma do Temer” para identificar o bloco Pernambuco Quer Mudar, dizendo que defendem aumento da conta de energia com a privatização da Eletrobras. Armando Monteiro rebateu falando que o socialista deveria se incluir na “turma”, pois o PSB votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A estratégia política de evitar a identificação com Temer tem justificativa nos números. Pesquisa Datafolha, divulgada em 31 de janeiro, mostrou que o presidente tem 60% de rejeição. Além disso, 87% dos entrevistados disseram que não votariam no candidato indicado por ele. Em um dos cenários eleitorais, Temer aparece com 1% das intenções de voto.

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