Com a pré-candidatura ao governo de Pernambuco ameaçada por um possível apoio do seu partido à reeleição de Paulo Câmara (PSB), a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) usou parte do seu discurso neste domingo (20) para criticar os socialistas. "Governo ruim precisa realmente ser mudado. Quem não tem lado não merece ser respeitado", afirmou a petista.
Marília e aliados como a deputada estadual Teresa Leitão e o ex-deputado federal Fernando Ferro usaram o discurso de aplicar no PSB a pecha de "golpista", pelo apoio do partido ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Marília ainda afirmou no seu discurso que os adversários tentam dividir o PT. "Quem está dividido são eles, porque existe um palanque de Temer em Pernambuco dividido entre os que apoiam Temer e assumem essa condição, assumem que estão apoiando todo esse desmonte nacional brasileiro, e existem aqueles que colaboraram para o golpe, que articularam o golpe, junto com Temer, mas que por oportunismo não querem assumir esse papel nesse momento, fingem que nada aconteceu", acusou o PSB.
Os socialistas buscam atrair o PT pelo tempo de televisão do partido, que é o maior por ter sido o partido com mais deputados federais eleitos em 2014. Além disso, pretendem usar a imagem do ex-presidente Lula (PT), que é o mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Poucos dias após a prisão do petista, Paulo Câmara chegou a ir a Curitiba (PR) para tentar visitá-lo.
Após defender a candidatura de Lula à presidência, Marília Arraes afirmou: "o único palanque aqui no Estado que tem coragem e condições politicas para fazer todo esse debate que nos temos feito é este".
O evento da vereadora foi na semana em que houve sinalizações entre PT e PSB. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se reuniu com Carlos Siqueira, o do PSB. Após uma visita a Lula na prisão, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, responsável pelo programa de governo petista, afirmou que o ex-presidente pediu que fossem incluídas iniciativas das gestões estaduais e citou a de Paulo Câmara. Na sexta-feira (18), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), de quem também dependeria a aliança, esteve no Palácio do Campo das Princesas.
"São nossos militantes que vão escolher se Pernambuco vai continuar sem água nas torneiras ou se vai ter gestão hídrica de qualidade, onde a água chega onde precisa, para que a gente possa interiorizar o desenvolvimento do nosso Estado; nós vamos escolher no dia 10 se o professor vai continuar sendo desvalorizado nas condições de trabalho precarizadas ou se vamos ter uma educação de qualidade realmente para todos os estudantes", afirmou, criticando o governo Paulo Câmara.
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Encontro de Delegados
O PT de Pernambuco marcou para 10 de junho o Encontro de Delegados, em que 300 delegados devem votar se preferem a aliança com o PSB ou a candidatura própria. Nesse caso, os nomes colocados até agora são os de Marília, do deputado estadual Odacy Amorim e do militante petista José de Oliveira.