Recife

Na Câmara, vereadores do Recife debatem greve dos caminhoneiros

Paralmentares discursaram a favor da greve e criticaram a política de preços feita pela Petrobras

Vinícius Sales
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Vinícius Sales
Publicado em 30/05/2018 às 8:00
Câmara Municipal do Recife / JC Imagem
Câmara Municipal do Recife - FOTO: Câmara Municipal do Recife / JC Imagem
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A greve dos caminhoneiros também foi assunto na Câmara Municipal do Recife. Nesta terça-feira (29), após voltarem de uma paralisação dos trabalhos por conta dos desabastecimento da cidade, e com grande presença, os vereadores recifenses se dedicaram a comentar a manifestação da categoria e os efeitos repercutidos no país.

À tribuna, André Régis (PSDB) destacou os serviços essenciais paralisados pela greve e criticou a alta carga tributária. “Ninguém aguenta mais ser usurpado pelo seu dinheiro, do seu trabalho e ser entregue ao Estado. Ao gigantismo do Estado que não consegue cumprir com suas obrigações. A população se revoltou contra a cobrança absurda de PIS, COFINS e ICMS. O brasileiro se viu na luta contra um Estado irresponsável.”

Para Rinaldo Júnior (PRB), o governador Paulo Câmara (PSB) falhou no dialogo com os caminhoneiros. A classe exigia a isenção do ICMS sobre o diesel, mas obteve a negativa por parte do chefe do executivo, ao qual justificou que Pernambuco não pode arcar com a política de preços da Petrobras.”O governador foi às redes sociais informar que essa greve não é um problema dele, mas é sim. Recife tem um grande polo produtor onde passam diversas vias vários caminhoneiros. Os caminhoneiros querem dialogar com o governador, mas ele não quer.”, afirmou Rinaldo.

Fazendo o contraponto, Aerto Luna (PRP) afirma que o direito de greve é constitucional, mas houve exageros. “Penso que exageraram na dose. Tem gente morrendo. A produção de animais está aí morrendo e isso compromete o abastecimento”. Questionado sobre o posicionamento do governador, Aerto justifica que a decisão de reduzir o ICMS dependerá da situação de cada estado. “Se o governador, sensível como é, tivesse condições e um fluxo de caixa, com certeza daria. Se não deu é por que tem motivos para não fazer.”

PREÇO

A política de preços exercida pela Petrobras e a gestão do diretor Pedro Parente também entrou na pauta dos discursos parlamentares. Um deles foi do vereador Ivan Moraes (PSOL), que criticou o corte de impostos feitos no setor. “Precisamos falar da decisão de Pedro Parente de deixar de refinar combustível no Brasil para comprar fora e deixar o nosso mercado à disposição do preço do barril. A gente paga imposto demais, mas a proposta do Governo é covarde. Tirar o PIS/COFINS e a CIDE é tirar 10 bilhões de reais do orçamento. Isso significa tirar dinheiro da seguridade social, isto é, do SUS, da Previdência e da assistência social”.

No aparte, Rodrigo Coutinho (SD) lembrou que a condução do governo Dilma contribuiu para o aprofundamento da crise na estatal. “O presidente deveria ter feito, desde o começo, uma política compensatória para minimizar essa questão. E faltou mencionar a questão do governo Dilma, que agiu de forma completamente irresponsável em relação ao preço da gasolina por uma questão eleitoral. Vivemos o fruto do que foi plantado naquela ocasião.”

MOVIMENTO POLÍTICO

Ainda em aparte, o vereador Jayme Asfora (PROS) ressaltou que o movimento também é descontentamento com a atual situação do país e com os políticos. “Este é também um movimento político. É contra a classe política. Parece muito com os movimentos de Junho, que foram muito difusos também. As pessoas não aguentam mais. É uma condenação do status quo. Precisamos ouvir a voz das ruas.”

Muitas manifestações pedindo intervenção militar foram registradas ao logo da greve dos caminhoneiros. Comentando a questão, Renato Antunes (PSC) afirma que afirma que essa não é a vontade das Forças Armadas e criticou os altos impostos cobrados pelo Estado. “Fui militar, mas entendo que os militares não querem o poder. Minha fonte de ética é a Bíblia que trata da história de Salomão, rei rico e que tinha tudo às custas de imposto e de um Estado gigante que gasta mais do que arrecada. O Brasil faz isso”.

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