O consumo está se reinventando. Empresas e clientes discutem quais são as melhores maneiras de consumir. São comportamentos mais inteligentes, que minimizam o gasto em excesso. ”Eu nunca tinha parado para pensar que durante toda a minha vida eu pratiquei o consumo sustentável. No restaurante que eu estou abrindo agora, o projeto só não é mais sustentável porque, pelos cálculos que fizemos, ficaria sete vezes mais caros. E não temos esse capital”, conta a chef de cozinha, Juliana Andrade.
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Segundo ela, até mesmo produtos como pasta de dente e óleo de natural são adquiridos na Farmácia Pirâmide, cuja fabricação é natural. “E o preço ainda é menor, porque os rótulos e embalagens são muitos simples”, conta.
Para a professora do departamento de pós-graduação em Sociologia da UFPE, Maria Eduarda da Rocha Mota, cada vez mais os anúncios das empresas estão concentrados na qualidade de vida e responsabilidade ambiental. De acordo com ela, é uma nova forma de equilibrar o consumo. “A pior coisa que pode existir para o capitalismo são pessoas satisfeitas. Por isso nenhuma empresa vai dizer: compre menos. Ela vai promover um novo jeito de consumir”, justifica.
As marcas se inspiram na nova lógica do compartilhamento, do reciclado, do reaproveitado, evoluindo os seus modelos e processos e incorporando as novas práticas ao seu modelo de negócio. “Eu observo aqui que nem todomundo chega procurando um produto ecológico. Mas se a etiqueta informa que a camisa, por exemplo, é feita de tecido de garrafa PET, se tem um lado sustentável, o cliente acaba optando por esse produto”, conta a franqueada das Lojas Container, Augusta Moura.
A economista e militante das causas ambientais, Ana Cláudia Coutinho, lembra que o foco da questão sustentável é a qualidade de vida. “Quando o produto é fabricado dentro dessa linha, eu opto por ele”, afirma. Ela observa que muitas vezes a marca já tem um apelo sustentável mas não sabe explorar aquele valor. “Às vezes, a empresa faz uma campanha bonita, mas o consumidor não entende como o conceito de sustentabilidade está ali naquele produto. É preciso explorar esse viés”, reforça.
