SAÚDE

Nódulo da tireoide não deve ser menosprezado

Câncer da glândula é um dos tipos menos agressivos e, diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, tem elevadas chances de cura

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 22/01/2014 às 15:36
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Câncer da glândula é um dos tipos menos agressivos e, diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, tem elevadas chances de cura - FOTO: Dani Neves/JC Imagem
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Além das oscilações dos níveis de hormônios da tireoide, existe alteração na estrutura da glândula, com a formação de nódulos. Estima-se que 60% da população brasileira desenvolvem formações nodulares na tireoide em algum momento da vida. A boa notícia é que 90% dos casos são benignos. O percentual restante tem algum grau de malignidade. “Mesmo assim, é bom informar que o câncer de tireoide é um dos tipos menos agressivos e, diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, tem elevadas chances de cura”, diz o endocrinologista Gustavo Caldas.

Os fatores mais importantes para definição do tratamento dos nódulos são a ultrassonografia da glândula e a punção aspirativa com agulha fina. Diante de características suspeitas, o paciente pode precisar se submeter à cirurgia que, em alguns casos, retira toda a tireoide. Foi o que aconteceu com a técnica previdenciária aposentada Zuleide Cavalcanti, 65, que eliminou um carcinoma papilífero há seis anos.

Esse tipo de tumor é o mais comum, pouco agressivo, com evolução lenta e responsável por até 80% dos casos. “Descobri o câncer numa consulta de rotina com o mastologista, que pediu uma ultrassonografia. O exame confirmou dois carocinhos. Fiz uma punção, que detectou o carcinoma”, conta Zuleide, que retirou a tireoide e esvaziou os gânglios linfáticos. “Desde então, tomo um comprimido diariamente para fazer a reposição do hormônio tireoidiano. E faço acompanhamento semestral para checar se está tudo bem.”

O médico radiologista Fernando Amaral, especialista em ultrassonografia, ressalta que esse método diagnóstico é muito útil para espiar possíveis alterações na glândula. “Hoje, com o avanço da tecnologia, já conseguimos visualizar nódulos com dois milímetros. A questão é que, como a maioria deles é benigna, precisamos nos cercar de cuidados para comunicar essa condição ao paciente e evitar preocupações desnecessárias”, frisa o médico.

Ele chama atenção para a necessidade de ser feita a punção dos nódulos com mais de 1 cm e com qualquer característica. “Em alguns casos, é importante realizar esse procedimento em estruturas com menos de 1 cm, mas que possuem características suspeitas de malignidade, como contorno irregular e altura maior do que a largura”, assegura Amaral, que não menospreza a necessidade de se valorizar o histórico familiar de câncer de tireoide do paciente.

Em relação aos nódulos que acometem a glândula, ainda existem o folicular, o medular e o anaplásico. O primeiro é mais agressivo do que o papilífero. Já o medular afeta as células parafoliculares, responsáveis pela produção da calcitonia – hormônio que contribui na regulação do nível sanguíneo de cálcio. É de difícil tratamento.
Já o carcinoma anaplásico é bem raro, mas é o que mais ataca o organismo e tem terapêutica superdelicada.

“Os tipos mais agressivos costumam dar metástase nos pulmões e nos ossos. Infelizmente, a evolução desse câncer é rápida e requer acompanhamento criterioso”, finaliza o médico oncologista Rossano Araújo, diretor médico da Oncoclínica.

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