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Na Rádio Jornal, Bolsonaro critica presidente do Senado por arquivar impeachment de Alexandre de Moraes e diz que a economia brasileira 'está se recuperando'

Presidente deu entrevista ao comunicador Geraldo Freire na Rádio Jornal nesta quinta-feira (26).

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José Matheus Santos

Publicado em 26/08/2021 às 9:40 | Atualizado em 26/08/2021 às 13:00
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Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta quinta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que arquivou o pedido de impeachment feito pelo chefe do Executivo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro comparou o caso com a decisão de Rodrigo Pacheco de abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo. No entanto, enquanto atender a uma decisão de Barroso foi cumprir uma decisão judicial, dar andamento ou não a um pedido de impeachment contra ministro do STF é competência exclusiva do presidente do Senado.

"O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele atendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, advocacia lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir uma ordem da CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", disse Bolsonaro em entrevista ao comunicador Geraldo Freire.

"Lamento a posição do senhor Rodrigo Pacheco no dia de ontem, mas nós continuaremos aqui no limite, dentro das quatro linhas (da Constituição), (para) buscar garantir a liberdade do nosso povo", acrescentou o presidente.

Jair Bolsonaro também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes pelas decisões do magistrado em determinar as prisões do ex-deputado Roberto Jefferson, do blogueiro Oswaldo Eustáquio e do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Os três foram presos por ataques à democracia e às instituições.

“Alexandre ignora a Constituição, ignora vários artigos do inciso quinto da constituição, abriu o inquérito das fake news, essa palavra nem está escrita no código penal. Ele prende e tira a liberdade de roberto Jefferson, do jornalista Eustáquio, o deputado do Rio de Janeiro (Daniel Silveira). A nossa Constituição é bem clara quando à sua liberdade de expressão, se você erra entra na Justiça, mas nunca prender as pessoas", disse.

Jair Bolsonaro ainda fez críticas à decisão do ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de cortar financiamentos de canais com ataques ao Estado Democrático de Direito em plataformas digitais.

"E agora (Alexandre) em combinação com o ministro Salomão, do TSE, manda desmonetizar canais, que por coincidência todos os canais são da mesma linha que eu. Lamento a decisão de Rodrigo Pacheco no dia de ontem, mas nós continuaremos aqui no limite dentro das quatro linhas buscar garantir a liberdade do nosso povo”, afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro ainda comentou declarações, como a do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), de que uma guerra civil poderia ocorrer no Brasil, devido ao momento de instabilidade política. Bolsonaro disse que defende a liberdade de expressão do parlamentar, mas que não acredita em conflito no País.

"Qualquer pessoa que fala algo, que exagera, que extrapola, se ela tem qualquer ligação comigo, se tem um plástico escrito Bolsonaro, o pessoal vincula a mim, como se a pessoa fosse meu porta-voz. O que entendo do Otoni, que vota matérias conosco, estive com ele algumas vezes, ele tem liberdade de expressão. Não acredito em guerra civil, não provocamos e nem queremos isso daí. Lutamos por liberdade de imprensa, o resto é responsabilidade da pessoa. Não queiram botar na minha conta como querem fazer o tempo todo, me responsabilizar por opiniões das pessoas. Ele é aliado e tem liberdade de expressão", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Jornal.

Otoni de Paula e o cantor Sérgio Reis foram alvo, na sexta-feira (20), de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.

Economia

Bolsonaro também afirmou que a recuperação econômica do Brasil deve demorar mais tempo e citou que a solução para a redução da inflação no país e, consequentemente de produtos, como gás de cozinha e combustíveis, passa pelos governadores.

Nos últimos meses, Bolsonaro tem dito em falas a apoiadores que os preços só cairão se os governadores concordarem em reduzir impostos sobre combustíveis e gás de cozinha.

“Tenho uma notícia boa para o Brasil todo: a economia está se recuperando. Nós passamos momentos difíceis no ano passado quando aquela política do 'fique em casa, a economia a gente vê depois' abalou nossa economia profundamente", afirmou Bolsonaro. "Tomamos medidas para que os empregos formais com carteira assinada não fossem destruídos pela política de alguns governadores e prefeitos, como o lockdown. Atendemos o pessoal mais necessitado, os informais, que não tinham carteira assinada, com Auxílio Emergencial. Agora, as coisas não vão ser tão rápidas como muitos querem”, emendou.

"Estamos vendo a inflação, sim, na casa dos 7%, quando falo isso, é uma inflação global. Lógico que os alimentos estão muito acima disso, o que é preocupante. Se bem que a inflação, no tocante aos alimentos, veio para o mundo todo. Todos estão sofrendo", disse o presidente, afirmando que o preço médio do gás de cozinha está R$ 130, o botijão de 13kg.

"Posso conversar com vocês, e temos saída para isso, mas passa pelos governadores, bem como a questão dos combustíveis. O combustível está caro? Não está? Já ultrapassou os R$ 6. Na refinaria, o litro de gasolina custa R$ 2 e pode chegar a R$ 6 ou R$ 7 na ponta da linha. Temos alternativas? Temos, mas eu sozinho não tenho como resolver esse assunto. Passa por um entendimento com os governadores", frisou.

Bolsonaro fala sobre teto de gastos e Marco Temporal, na Rádio Jornal

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