Depois de levar uma brona do governo de Pernambuco por propor aumento de R$ 0,45 no Anel A, empresários soltaram nota em que falam de indignação e falta de sensatez. E cobram seriedade para tratar o assunto. Foto: Arnaldo Carvalho/JC Iamgem
Agora foi a vez de os empresários de ônibus se indignarem. Em nota oficial emitida, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) afirma ter recebido com indignação a decisão do governo de Pernambuco de não aumentar as passagens em 2020 - decisão anunciada na noite desta quinta-feira (16/01), três dias depois de o Estado dar "uma bronca" no setor por ter proposto um reajuste de 14,13% nas tarifas - o que elevaria o Anel A de R$ 3,45 para R$ 3,90.
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Embora tenha silenciado na primeira represália pública dada pelo Estado e levado quase 24 horas para se posicionar sobre o não aumento, na nota os empresários cobram sensatez e seriedade do governo ao tratar do equilíbrio econômico-financeiro do transporte, sob ameaça de um possível colapso do sistema. Na sequência, entretanto, ameniza o tom e diz que irá aguardar as ações de moralização e qualificação do STPP. Nos bastidores, entretanto, sabe-se que o setor está indgnado e certo de que o sucateamento do transporte da RMR só vai aumentar, ampliando a perda de passageiros. Confira a nota:
"A Urbana-PE recebeu com surpresa e indignação a notícia de que o Governo do Estado decidiu não promover a recomposição tarifária do serviço de transporte público por ônibus na Região Metropolitana do Recife em 2020.
O equilíbrio econômico-financeiro do sistema de transporte público deve ser tratado com a sensatez e seriedade que merecem os serviços essenciais à sociedade. Uma política de custeio adequada é fundamental para que sejam alcançados os avanços concretos desejados na qualidade do serviço e entendemos que a tarifa não pode limitar a melhoria do sistema de transporte público. Porém, alertamos que no formato atual de financiamento do STPP/RMR, desconsiderar os reais custos da operação implicará no sucateamento, ou até colapso, do serviço.
PELA PROPOSTA DOS EMPRESÁRIOS, TARIFAS TERIAM AUMENTO DE 14,13%
Reiteramos que os principais custos do setor apresentaram, ao longo do último ano, incrementos significativos bem acima da inflação e que a demanda continua com tendência de queda, conforme conhecimento do órgão gestor e ampla divulgação.
O setor aguarda o plano de investimentos mencionado pelo Governo do Estado com a expectativa de que sejam implementadas medidas concretas para solucionar os problemas estruturais do STPP/RMR, incluindo a adoção de critérios objetivos e técnicos para revisão dos custos e do modelo de financiamento do sistema.
O setor vê com preocupação o congelamento da tarifa e reforça que continuará na busca por alternativas que venham a garantir a continuidade da prestação do serviço".