Karoline Albuquerque
Publicado em 24/06/2016 às 18:17
O alucinante calendário do futebol brasileiro recebeu críticas do técnico do Sport, Oswaldo de Oliveira. Embora reconheça que algum progresso foi feito pelas pessoas responsáveis pelo departamento técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para ele o mais urgente é que os campeonatos estaduais sejam repensados para que haja mais folga no Brasileirão. Citou como exemplo o sofrimento de Sport e Santa Cruz, os representantes do Nordeste - o outro é o Vitória, da Bahia - que situam-se mais distantes da maioria dos rivais
O treinador fez uma comparação com a realidade japonesa, país onde trabalhou entre 2007 e 2011, no Kashima Antlers. Lembrou que lá são 18 equipes na principal divisão e a competição começa em março, dois meses antes do início do Brasileirão, que, ainda por cima, tem 20 equipes e quatro rodadas a mais. "Eles têm três meses a mais para quatro jogos a menos, conseguem maior flexibilidade", diz.
A particularidade geográfica do Brasil foi levada em consideração ao comentar o desgaste maior dos jogadores. "Ninguém passa pelo que Sport e Santa Cruz passam. Vamos viajar 90 mil quilômetros. Claro que vai chegar um momento que essa conta vai ser cobrada. Quem vem do Nordeste uma vez por semana para o Sudeste ou Sul tem uma cobrança muito maior", ponderou.
Para ele, falta um passo. E esse seria rever os campeonatos estaduais. Embora se confesse fã dessas competições, o técnico do Sport reconhece que os tempos mudaram e o que os ainda os sustenta são interesses de patrocinadores e federações.
"Sou apaixonado pelos estaduais. Mas não tinha Brasileiro, hoje a realidade é outra, não se pode mais concentrar tantas datas para os regionais em detrimento da qualidade do Brasileiro. A única coisa que segura são interesses de patrocínios, federações e seus filiados. Tem que ser remanejado. O Brasileiro precisa ter mais datas para se jogar de forma menos desastrosa. Quando chegar em setembro vai complicar ainda mais, muitos jogadores estourando e ficando fora um, dois meses. O nível técnico da competição cai".