Sabe o futebol? É muito mais que isso para Fernando Antônio Souza Lima, de 53 anos. Ele só conseguiu entrar num estádio pela primeira vez no segundo tempo do jogo Sport x Chapecoense, na última quinta-feira (14). Naqueles quarenta e cinco minutos ele viu seu time marcar três gols e nem imaginava que, ao sair, deitado numa maca sobre uma bandeira do Leão, o ovacionado seria ele. Nando, como é chamado por amigos e parentes, teve complicações no parto e uma falta de oxigênio no cérebro provocou atrofia em seus músculos e o impediu de falar. Essa cena foi registrada e viralizou nas redes sociais chegando até ao meia Thomás. Ele prometeu uma camisa autografada por todo elenco e no início da noite desta sexta (14) cumpriu a promessa ao lado do volante Patrick. Levaram uma camisa personalizada e assinada por todos.
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Mesmo deitado, não perde nenhum jogo do Rubro-negro. O amor nasceu por influência da sobrinha, a jornalista Thaís Sánchez. Influenciada pelo padrinho, ainda menina, ela não largou mais as cores vermelha e preta e como era figura constante na casa dos avós - que criam o tio - o levou junto na paixão pelo clube. "Ele já ia ao cinema, mas jogo foi a primeira vez. Ele já ficava assistindo pela televisão até tarde". A decisão pelo futebol veio depois de vencidos os receios. "Era medo da quantidade de gente, da receptividade em lugares públicos, que nem sempre foi boa", lembra.
Mas na Arena de Pernambuco foi diferente. "O povo da Arena foi ótimo e do Sport também. Torcedores achando o máximo ele lá", diz Thaís. Ela completa que Nando já pediu para ir ao próximo jogo. Na visita, Thomás fez coro, inclusive 'convocando' o torcedor para acompanhar os jogadores nos compromissos fora de casa. "Ele deu sorte a gente contra a Chapecoense e agora tem que ir para todos os jogos...até os fora de casa".
No jogo, o irmão Luiz Gonzaga e a cuidadora Lucy o acompanharam. "Ele pega Nando e vai para lugares assim. Leva ele para passear de carro, que é adaptado. Uma vez conseguiu que Tio Nando conhecesse Zezé di Camargo e Luciano, que ele ama", disse a jornalista.
Thomás e Patrick ficaram tocados com a paixão e força de Nando e fizeram coro com a afirmação lá em cima de que é mais que futebol. "É emocionante saber que a gente com o futebol, com a nossa profissão, pode levar tanta felicidade, tanta emoção aos torcedores e não tenho palavras para dizer o quão importante foi ter tido essa experiência de conhecer o Nando", disse Thomás, em entrevista ao site oficial do clube.
Já Patrick lembrou que enquanto Nando e sua família fazem tanto para ele ter momentos de felicidade como os de quinta-feira enquanto outras pessoas insistem em fazer do jogo de futebol um campo de batalha. "É emocionante saber que a gente com o futebol, com a nossa profissão, pode levar tanta felicidade, tanta emoção aos torcedores e não tenho palavras para dizer o quão importante foi ter tido essa experiência de conhecer o Nando", analisou.