Cem dias após 'divórcio', Real Madrid e Cristiano Ronaldo vivem dias de incertezas

Karoline Albuquerque
Publicado em 18/10/2018 às 15:37
Fotos: AFP.


Há exatos 100 dias, em 10 de julho, o mundo do futebol viu uma de suas mais frutíferas parcerias chegar ao fim. Nesse dia, o Real Madrid e a Juventus anunciavam que o atacante português Cristiano Ronaldo, eleito cinco vezes o melhor jogador do mundo, trocaria Madrid por Turim, encerrando um vínculo de nove anos, quatro taças da Liga dos Campeões e toneladas de gols que elevariam o camisa 7 a uma condição mitológica no clube de futebol mais vencedor de todos os tempos. E a julgar por esses pouco mais de três meses, a ruptura foi tão traumática, que ambos - jogador e clube - ainda encontram-se cambaleando.

O Real já encarava seu segundo grande trauma, pois o técnico Zinedine Zidane já se despedira pouco mais de um mês antes após o tricampeonato europeu. A aposta madrilenha seria o técnico Juan Lopetegui, assediado e entregue ao assédio às vésperas da Copa do Mundo, quando preparava-se com a seleção espanhola. Além dele, o novo trio ofensivo, formado por Bale, Benzema e Asensio, o BBA. Mas o início não foi nada bom, com o time voltando a perder uma decisão após 18 anos ao cair justamente para o rival da cidade, o Atlético de Madri na decisão da Supercopa da Europa por 4x2.

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Em casa, as coisas começaram um pouco mais promissoras com três vitórias seguidas na Liga Espanhola e a estreia vencedora sobre a Roma na Liga dos Campeões por 3x0. Depois, começaram os problemas e os questionamentos ao trabalho de Lopetegui com o empate com o Atlético (0x0) e derrotas para Sevilla e Alavés (Espanhol) e CSKA (Liga dos Campeões). Os blancos ocupam a quarta colocação em La Liga e o segundo posto no grupo G da Champions.

CR7 discreto

Os altos e baixos também assombraram Cristiano, dispensado da turnê da Juventus nos EUA durante a pré-temporada para descansar do período anterior e da Copa do Mundo. Ele só entraria em campo no início oficial da temporada, no fim de semana (18 e 19 de agosto) pelo Italiano. Embora o nível técnico da Série A do Calcio esteja abaixo do Espanhol, a marcação dura dificultou o português.

Foram três jogos pelo Italiano e mais um na Liga dos Campeões em branco, algo inimaginável para alguém que faz gols com a mesma automação com que pisca os olhos. Pelo menos compensou marcando duas vezes contra o Saussuolo, na quarta rodada do Italiano. Sobrando no início da competição, a Juve não precisou de todo brilho de sua maior estrela para liderar a competição cem por cento de aproveitamento nos primeiros oito jogos (24 pontos).

Na segunda rodada da Champions, um cartão vermelho confirmou a atuação discreta contra o Valência. Pela televisão viu o argentino Dybala - parece que há sempre um argentino a seu lado balançando as redes... - brilhar marcando os três gols no triunfo sobre o Young Boys.

Fora de campo

O maior problema para CR7, entretanto viria fora das quatro linhas. No dia 27 de setembro, a revista alemão Der Spiegel trazia uma reportagem com uma mulher acusando o jogador de estupro em Las Vegas (EUA), em 2009. Os advogados de Cristiano negam o crime, alegando que a relação foi consensual. O caso ainda caminha, mas tão logo tornou-se conhecido já prejudicou a Juventus, que viu suas ações despencarem 26,6% em apenas duas semanas. O imbróglio fez o português se fechar com sua família. Na segunda data Fifa, em outubro, ele também não foi convocado para os jogos de Portugal.

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