Da AFP - Solidez defensiva, inteligência na hora de tocar a bola, boa disposição tática: a seleção venezuelana mostra suas armas para se impor contra a Argentina nas quartas de final da Copa América-2019.
Nas instalações da Escola de Educação Física do Exército, na Urca, à sombra do Pão de Açúcar, os jogadores comandados por Rafael Dudamel treinaram nesta quarta-feira com as atenções voltadas para um objetivo: ao menos repetir o quarto lugar da Copa América de 2011.
"Na sexta-feira será uma boa oportunidade para bater firme na mesa", declarou o veterano capitão Tomás Rincón, volante do Torino. Poucas vezes o contexto foi mais propício para que a Venezuela enfrentasse a Argentina.
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A 'Vinotinto' chega com força, teve um bom desempenho na primeira fase e não perdeu para a Albiceleste' em seus três últimos jogos (dois empates nas eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia de 2018 e uma vitória por 3x1 em um amistoso em Madri em março passado).
Além disso, a seleção do astro Lionel Messi não consegue decolar, seu desempenho tem sido decepcionante e a pressão da imprensa e dos torcedores é enorme. E embora seja uma seleção muito superior quanto à história e os talentos, favoritismo.
"Há um tempo se deixou de ganhar por causa da história, dos números. Hoje em dia importa muito o funcionamento coletivo, o que se é como equipe. Respeitamos todos, mas não tememos ninguém", garantiu o capitão.
Um dos que podem aproveitar melhor as fragilidades do rival, especialmente na defesa, é o artilheiro Salomón Rondón, estrela e alma da equipe venezuelana.
Antes de treinar com os demais companheiros, o 'gladiador' se mostrou convencido de que a jovem seleção de seu país pode vencer mas não deu detalhes sobre como vai encarar o duelo que chamou de "crucial". "É uma partida para ficarmos bem focados" disse.
Líder de um ataque que inclui também Darwin Machís (do Cádiz, da segunda divisão espanhola) e Jhon Murillo (do Tondela da liga portuguesa), o artilheiro Rondón ainda não marcou nesta Copa América. "Não sinto ansiedade, aqui se trata de grupo, não do individual", disse.
É justamente o contrário do que ocorre na Argentina do jovem e inexperiente técnico Lionel Scaloni (que está há quase um ano no cargo). Ele é criticado por ter um elenco de luxo, mas sem conexão entre os jogadores em campo.
Após uma derrota de 2x0 para a Colômbia na estreia e um empate em 1x1 contra o Paraguai que por pouco não terminou em drama, os albicelestes salvaram a vaga derrotando o Catar por 2x0.
"A Argentina é a Argentina, por tudo o que representa. Para as pessoas a fase não é boa, mas isso é o futebol e há uma linha tênue entre a confiança e a não confiança", declarou o meia Luis Miguel Seijas.