Conquistar a Copa do Nordeste em 2020 não será uma tarefa fácil para o Trio de Ferro pernambucano. Serão 13 adversários, cada um com uma particularidade além da tradicional rivalidade regional. Para apresenta-los, o Jornal do Commercio analisou as equipes sob critérios que podem ser decisivos na briga pelo título de campeão em 2020, dividindo-os em três grupos. Seguindo com os times considerados como ‘correndo por fora’ na disputa.
Entre os muitos ditados utilizados no futebol, um deles diz que dinheiro não ganha jogo. E ele se aplica muito bem à Copa do Nordeste. Aliás, não seria nenhum exagero apontar o Nordestão como a competição mais imprevisível do calendário do futebol brasileiro, graças à alta rotatividade de clubes que se revezam como campeões.
Desde que voltou a ser disputada de forma ininterrupta, em 2013, cada uma das sete edições da Copa do Nordeste trouxe um campeão diferente, sendo cinco deles vencedores de forma inédita. Dados que refletem a alta competitividade que aflora da rivalidade regional, independentemente do poderio financeiro e técnico das equipes.
Aliado a isso, o modelo de disputa com grandes clássicos locais garantidos e jogos em mata-mata ajudam a nivelar os times dentro de campo, sejam quais forem as peças de ambos os lados do campo.
É essa mistura de variáveis que faz o Vitória ser sempre apontado como um adversário duro em qualquer edição. Afinal, trata-se do maior campeão da história do Nordestão, com quatro conquistas.
Em 2020, ao mesmo tempo em que convive com o sucesso do maior rival, o Rubro-negro baiano também tem como desafio alcançar a reabilitação após um ano quase desastroso para o clube. Rebaixado na Série A em 2018, o Vitória frequentou a zona de rebaixamento para a Série C em boa parte da temporada, mas evitou o rebaixamento com ajuda da experiência do técnico Geninho. Resultado que foi fundamental para a manutenção do treinador no cargo.
A diretoria também investiu em nomes mais experientes e de bom rendimento recente na Série B, como os atacantes Júnior Viçosa e Alisson Farias, além de reforços pontuais, como a formalização do contrato com o zagueiro João Victor, ex-Santa Cruz.
Não é apenas na Bahia e no Ceará que o futebol nordestino se fortaleceu. Em Maceió, CSA e CRB também atravessam ano de estabilização após décadas de idas e vindas entre divisões inferiores para as suas principais equipes, inclusive com os alvi-azulinos disputando até mesmo a segunda divisão estadual.
Mas hoje o CSA vive novos tempos. Mesmo rebaixado da Série A, o clube utilizou os recursos adquiridos ao disputar a Elite do Campeonato Brasileiro para sanear todas as dívidas trabalhistas, além de quitar débitos fiscais. Mais do que isso, o Azulão também vive um resgate da imagem e de maior aproximação com a torcida.
Dentro de campo, 2020 já começou com contratações importantes, com a chegada do técnico Maurício Barbieri para o comando, além do atacante Rodrigo Pimpão, entre outros nomes.
No CRB, o crescimento do rival também impulsionou investimentos para buscar um maior patamar no cenário nacional. Para isso, a manutenção do técnico Marcelo Cabo, responsável pelo acesso do CSA, foi fundamental, com contratações de reforço, como o atacante Léo Gamalho e o meia Rafael Longuine.
Após anos ‘batendo na trave’, o Confiança enfim conseguiu o acesso à Série B, garantindo uma temporada de calendário cheio. Situação que, se por um lado significa mais receitas, também traz novas despesas. Com isso, assim como o CSA fez ao deixar a Série C, o elenco manteve uma base com 16 atletas, mas também investiu em peças renomadas no mercado, como o meia Morais e o atacante Reis.
Já o atual vice-campeão da Copa do Nordeste, Botafogo-PB, não subir para a Série B frustrou a temporada que se desenhava como bem sucedida. Mas a aposta na manutenção do técnico Evaristo Piza e da montagem de elenco com peças conhecidas do clube e reforços de menor apelo no mercado pode seguir surpreendendo em 2020.