Aflitos

Quais os motivos que levaram o Náutico a sair da crise e chegar ao topo da Série B?

Em novembro do ano passado, Helio dos Anjos chegou com o Timbu beirando o rebaixamento. Qual a mágica que o treinador fez para mudar todo o cenário?

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Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 24/06/2021 às 17:00 | Atualizado em 25/06/2021 às 17:04
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É evidente que a chegada de Hélio dos Anjos no Náutico foi um divisor de águas nos Aflitos. Quando chegou no clube, em novembro do ano passado, o Timbu estava numa crise que parecia não ter fim. A equipe amargava uma campanha que já mostrava o caminho do rebaixamnento. O Timbu estava na 17ª colocação. Em 12 jogos que havia disputado, obteve apenas uma vitória. E num recorte de 21 partias, foram 20 pontos conquistados. Hélio tem anjos no nome, mas não é milagreiro. Ele mudou o cenário do Náutico com paciência e trabalho. E, em menos de um ano, conseguiu o que prometeu: livrou o time do rebaixamento. E, neste ano, conquistou o título estadual e está na liderança da Série B. O que o Anjos do Náutico fez para criar uma nova atmosfera do Timbu? Confira os principais pontos:

1 - Mudança de discurso

Hélio dos Anjos já chegou falando que o Náutico não seria rebaixado. Estava confiante no seu trabalho e confiando no elenco que conheceu em poucas horas de trabalho. A sua estreia foi numa derrota contra o CRB-AL, fora de casa. A primeira vitória só aconteceu na quarta partida, contra o Guarani-SP, por 2x0. E nem assim ele deixou de acreditar. Manteve o discurso com verdade saltando dos olhos. Isso contagiou o grupo. Cada um buscou fazer o seu melhor em campo porque via na convicção de Hélio dos Anjos que o grupo tinha condições de superar aquele momento. E assim o Náutico cresceu. Chegou a conseguir uma sequência de cinco rodadas sem perder.

2 - Resgate da confiança

Alguns jogadores do Náutico estavam de uma forma que sentiam o peso da camisa e da bola. Um deles era o volante Djavan. Ele não se firmava na equipe. Imprensa e torcida pegavam no seu pé. Hélio dos Anjos chegou e, certamente, disse: você é o titular da equipe. Hereda também passou por essa transformação. Até o meia Jean Carlos, que sempre foi um atleta importante no grupo, oscilava e chegou a ficar na reserva. Na atual temporada, o goleiro Alex Alves é o exemplo mais claro. O atleta estava em baixa, com a torcida querendo a sua saída, mas contra o Botafogo-RJ, teve atuação destacada.

3 - Vibração em campo

Claro que Hélio dos Anjos, em vários momentos, erra a mão. Muitas vezes discute com os árbitros em campo, sem necessidade. Contra o Botafogo-RJ foi assim. Mas não tem como negar que seus gritos e agitações na beira do gramado ajudaram muito o Náutico sair daquela letargia do ano passado para ser uma equipe vibrante, intensa e raçuda. Os jogadores alvirrubros sabem que se não for assim, perdem espaço no time. Hélio dos Anjos conseguiu conquistar a confiança e amizade dos jogadores. Mas, como líder, sabe cobrar. Então, quem entra em campo, luta o tempo inteiro com um único propósito: vencer.

4 - Esquema definido

No ano passado, Hélio dos Anjos compactou o time e fez a equipe ter velocidade na retomada do jogo. Assim como dito no tópico acima, os jogadores foram ganhando entrosamento com muita paciência. E todos conseguiram assimilar bem que a proposta de jogo do treinador, que valorizava o conjunto. Isso fez com que o time superasse até a limitação defensiva dentro de campo. Mesmo sabendo que o elenco ainda precisa de reforços, pois as opções do banco de reservas não mantém a mesma qualidade da equipe titular, mas conseguem, ao menos, a mesma vontade, determinação. Aliás, Hélio dos Anjos sempre cobrou da equipe intensidade. Em todos os jogos. E os atletas cumprem.

5 - Ataque afinado

Kieza, Vinícius e Erick estão de bem com a vida. E com as redes. No ano passado, eu não via os três atletas mostrando um futebol que justificasse a titularidade. Mas a soma dos fatores citados acima contribuíram para que o trio encontrasse fluidez no jogo. Erick, por exemplo, se tornou imprescindível. Tanto que a diretoria está fazendo de tudo para conseguir um novo empréstimo. Vinícius passou a ter um papel tático importante e, vez por outra, deixa sua marca. E Kieza.... é artilheiro. A esperança de gol dos alvirrubros. Com um trio afinado desse, as defesas adversárias ficam mais precavidas e nenhum time se atira ao ataque diante do Timbu, especialmente nos Aflitos, onde a equipe não sabe o que é perder desde a chegada de Hélio dos Anjos.

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