Ídolo alvirrubro nos anos 80 lança livro sobre sua história na sede do Náutico

Francisco Ernandi fez história no futebol pernambucano nos anos 80, vestindo a camisa do Náutico. Talvez assim, o torcedor não lembre bem. Mas se o chamar de Mirandinha o torcedor alvirrubro vai lembrar dos dribles, arrancadas, gols e muitas alegrias das temporadas 1983 e 1984. No segundo ano, Mirandinha foi peça importante da campanha do Náutico no Brasileirão, ficando na sexta colocação.

Quem não lembra do Mirandinha terá a oportunidade de conhecer, até mesmo pessoalmente, no próximo sábado, dia 14 de agosto, quando será lançado o livro Mirandinha - Na velocidade do Gol, escrito por Carlos Henrique Meneses. A obra tem prefácio de Milton Neves, apresentação do cantor Raimundo Fágner e introdução de Roberto Vieira. O evento acontece na sede do Timbu, a partir das 10h.

Mirandinha nasceu no Ceará, sendo revelado pelo Ferroviário. Chegou no Botafogo-RJ em 81, marcando muitos gols. Em 1983, ele chegou ao Náutico, onde ele acredita ter ressurgido para o futebol. "Eu estava bem no Rio, fiz gols. Mas não tava seguro. No Náutico foi uma firmação. Fiz muitos gols, jogos importantes, tive resultados expressivos", conta Mirandinha em entrevista ao Blog do Torcedor.

Saiu do Timbu e foi vestir a camisa da Portuguesa. Da Lusa, seguiu para o Palmeiras, onde ganhou notoriedade nacional. Foi no Verdão que o fez jogar na seleção brasileira, comandada pelo então técnico Carlos Alberto Silva. Na seleção principal, estreou contra a Inglaterra, em pleno estádio de Wembley, marcando o gol de empate do Brasil. A partida era válida pelo Torneio Stanley Rous. E o Brasil foi campeão e as boas atuações fizeram Mirandinha entrar para a história.

Logo após o torneio, Mirandinha foi contratado pelo Newcasttle. "A gente já vinha conversando, negociando. E a conquista do torneio, minhas participações foram decisivas para o acordo", conta. Mirandinha foi o primeiro jogador brasileiro a disputar a Premier League. No futebol inglês, foram 60 jogos e 22 gols marcados.

A obra conta um pouco de toda as voltas que Mirandinha fez nos clubes em que atuou, a decisão de encerrar a carreira, o início como técnico (na próxima semana começa novo trabalho no Rio Negro-AM) e a relação com a família e amigos. Segundo Carlos Henrique Meneses, três meses de conversas diárias para concluir o trabalho. "Foi emocionante conhecer a história dele, o lado humano. É difícil a gente ter acesso ao lado social de um jogador de futebol, o que ele vive, o que ele sofre", disse.