Diretor da patrimonial do Santa Cruz entrega o cargo e denuncia falta de recursos; Confira a carta
Thomaz Pereira foi mais um a deixar a gestão atual do Santa Cruz
Em um ano de baixos resultados dentro de campo, o Santa Cruz passou a viver um clima turbulento, também, fora dele. Após as renúncias do vice-presidente André Frutuoso e do presidente do conselho Mário Godoy, foi a vez do presidente do conselho patrimonial Thomaz Pereira entregar o cargo.
De acordo com Thomaz, em carta enviada ao presidente Joaquim Bezerra na última segunda-feira (30) e adquirida pela reportagem do Blog do Torcedor, o patrimonial do clube foi gerido sem recursos até a extinção formal da presidência, prevista no novo estatuto da Cobra Coral.
Ainda segundo a carta, um dos descontentamentos de Thomaz é a desvalorização na hierarquia do clube e pouca valorização no trabalho feito "sem nenhuma contrapartida por parte dos executivos".
"Dos muitos descontentamentos minha maior frustração foi a ausência total de meritocracia e a quebra constante de hierarquia. Muitos temas, à mim relacionados, chegavam pela imprensa ou por terceiros de dentro do clube", disse em nota.
Ainda nesta semana, o diretor de Marketing e Publicidade, Felipe Marenas, e do diretor consultivo Jânyio Janguiê também deixaram o cargo no clube Tricolor.
Confira a carta na íntegra
Joaquim
Boa noite!
Observando a hierarquia, venho, em primeira mão, lhe informar minha intenção em desligar-me do clube. Faço isto agora, antes da partida para não ficar atrelado a qualquer resultado. Nunca deixei de acreditar no clube e que pudemos, sim, ter dias melhores. Acompanhei a todo esse processo desde as tratativas para eleição, abdicando do protagonismo em favor de um projeto coletivo. Após a vitória nas urnas, ficou clara a não aderência entre as propostas e as práticas. Bem como o aparecimento de novos atores que pouco ou quase nada tinham à agregar, lhe sinalizei por diversas vezes o meu descontentamento, principalmente com o esvaziamento da patrimonial e redirecionamento dos parcos recursos, mas que ainda assim davam a mínima condição de trabalho. A insistência em manter todas as obrigações da patrimonial sem NEHUMA contrapartida por parte do executivo, o que não é viável e nem me parece justo.
Por fim, veio a extinção formal da presidência, tornando a patrimonial de fato e de direito uma simples gerência de manutenção sem dinheiro!! Dos muitos descontentamentos minha maior frustração foi a ausência total de meritocracia e a quebra constante de hierarquia. Muitos temas, à mim relacionados, chegavam pela imprensa ou por terceiros de dentro do clube. Me despeço, não da instituição, mas dessa gestão. Triste, mas com a consciência tranquila em relação ao meu desempenho como gestor da patrimonial, dadas as condições de trabalho que me foram oferecidas.
Embora me despeça, continuarei torcendo pelo sucesso da gestão atual, embora minha confiança nela esteja seriamente abalada.
Como apaixonado pelo clube continuo à disposição para o que a instituição precisar!
Recife , 30 de Agosto de 2021