CRISE CORAL

Montanha-russa tricolor: veja o sobe e desce do Santa Cruz entre as Séries A e D do Brasileiro

Cobra Coral despencou da Série A para a Série D, se reergueu e voltou à elite, mas agora amarga nova queda para a última divisão do Campeonato Brasileiro

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JC

Publicado em 18/09/2021 às 17:46 | Atualizado em 18/09/2021 às 18:02
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Por Raldney Alves, da Rádio Jornal

Depois de bater na trave na luta pelo acesso à Série B no ano passado, o Santa Cruz fez em 2021 uma campanha completamente antagônica da temporada anterior na Terceira Divisão Nacional. Com mudanças de gestão e no elenco, o tricolor teve um desempenho vexatório, culminando com o rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro neste sábado (18).

O tricolor vai apenas cumprir tabela neste domingo (19), contra o Tombense e no sábado que vem (25), no Arruda, diante do Botafogo-PB. A queda marca a volta do Santa à Quarta Divisão depois de 10 anos. O tricolor do Arruda, na verdade, vive uma montanha-russa desde 2006, indo da Série A para a Série D, fazendo o caminho de volta para elite e, agora, amargando nova passagem pela última divisão do futebol nacional.

Veja os erros que levaram o Santa Cruz ao rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro

SUCESSO E DECADÊNCIA

Após conseguir o acesso para a elite do futebol nacional em 2005, o Santa teve uma Série A difícil no ano seguinte. Amargou a lanterna da competição, e conquistou apenas sete vitórias nos 38 jogos que disputou. O rebaixamento para a Série B veio após apenas um ano de disputa na Série A do Campeonato Brasileiro. Edson Nogueira, Edinho, assumiu a presidência, que foi de Romerito Jatobá nos dois anos anteriores. A temporada de 2007 foi marcada pelo desempenho discreto no Campeonato Pernambucano, além da eliminação precoce na Copa do Brasil, ainda na primeira fase. O ano ruim terminou com mais um rebaixamento, no segundo ano consecutivo. Desta vez, da Série B para a Série C. Pelo terceiro ano seguido, em 2008, outra queda: o Santa foi rebaixado para a inédita Série D depois de fazer outra campanha ruim no Campeonato Brasileiro. Disputar a Quarta Divisão em 2009 foi o reflexo da decadência que o tricolor apresentou nos anos finais da década, marcando de forma negativa o mandato do presidente Edinho.

SAÍDA DO INFERNO

Ainda na Série D do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz tinha a missão de ir buscar uma reação. Ela não veio em 2009 e 2010, anos de gestão de Fernando Bezerra Coelho. O Tricolor do Arruda até conseguiu se classificar para a segunda fase da competição em 2010, mas sofreu a eliminação contra o Guarany de Sobral, e deu adeus ao sonho de subir de divisão.
Em 2011, porém, a história foi outra. Apesar da disparidade financeira para os rivais, o Santa conquistou o Campeonato Pernambucano, e na Série D, experimentou o massivo apoio do torcedor tricolor. Diante de quase 60 mil torcedores, em 16 de outubro de 2011, o Santa Cruz empatava com o Treze no Arruda, e sacramentava a saída da Série D do Brasileiro. O presidente era Antônio Luiz Neto.
O primeiro passo tinha sido dado, mas disputar a Terceira Divisão nacional ainda era muito pouco para um time da grandeza do Santa Cruz. A meta de conseguir o acesso à Série B fracassou em 2012, mas em 2013, ela veio e coroada pelo título nacional. Fiel, mais uma vez a torcida tricolor lotou o Estádio do Arruda.

ELITE DE NOVO

Viria então a melhor fase do Santa Cruz na década. Em 2015, na gestão de Alírio Moraes, o título pernambucano e a conquista do tão sonhado acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Era a volta do tricolor para a elite depois de dez anos. O ano de 2016 começou bem, com o título estadual e a inédita conquista da Copa do Nordeste. Ainda, o Santa estreou em competições internacionais, e participou da Copa Sul-Americana. Entretanto, na Série A do Campeonato Brasileiro, o desempenho não foi suficiente para assegurar a permanência. A 19ª posição, com apenas 31 pontos em 38 jogos colocou o Santa fora da elite após apenas um ano. Na Série B de 2017, outra campanha para se esquecer. O amargo rebaixamento fez com que o Santa fosse jogar a Série C no ano seguinte. O acesso era uma meta real e urgente, mas que acabou não sendo alcançado nem em 2018, 2019 ou 2020. Anos que tiveram Constantino Junior no comando do clube.

INFERNO OUTRA VEZ

Em 2021, tudo parecia se caminhar para mais uma tentativa de voltar à Segunda Divisão, mas sucessivas falhas no planejamento e na execução da nova gestão, presidida por Joaquim Bezerra, fizeram os objetivos do tricolor mudarem ao longo do campeonato. A meta passou a ser se salvar da Série D. Não deu certo. Em 2022, o Santa Cruz vai disputar a divisão mais inferior do futebol nacional pela quarta vez. Diante de todo o caos, é preciso se reestruturar e entender o que levou o Santa a contrastar épocas tão positivas e vitoriosas com períodos tão difíceis e negativos para a história do clube em um tempo tão curto.

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