Já pensou se um clube pernambucano fosse comprado por um bilionário? Especialistas comentam; veja
Recentemente o Newcastle, da Inglaterra, foi comprado pelo valor de R$ 2,2 bilhões.
Neste mês, um clube se tornou o mais rico de todos, o Newcastle. O time foi comprado pelo fundo de investimentos da Arábia Saudita, liderado pelo príncipe Mohammed bin Salman , em uma transação equivalente a 300 milhões de libras - cerca de R$ 2,2 bilhões.
A notícia movimentou o mundo todo, principalmente diversas torcidas que ficaram se questionando sobre como seria se fosse nos seus respectivos clubes. Diante disso, a equipe do Blog do Torcedor teve uma ideia: e se um bilionário comprasse um clube pernambucano?
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Mesmo com essa possibilidade distante da realidade, com a aquisição bilionária, supostamente os times teriam poder para comprar todos os atletas que quisessem, oferecendo quantias enormes que seriam impossíveis de dizer ''não''. Porém, especialistas da área, que atuam e já atuaram no futebol pernambucano, explicam que existem lados negativos e positivos.
Náutico
O Timbu, que atualmente está na Série B do Campeonato Brasileiro, é um dos grandes times pernambucanos que presam pelo valor democrático. Para o presidente do Náutico, Edno Melo, os investimentos seriam para ajudar o clube de todos os lados.
''Pra começar, a gente zeraria o déficit financeiro do clube. Já pensou? Resolver numa tacada só o que precisaríamos de três anos de série A pra botar em dia? Não abriria mão dos cuidados com a gestão administrativa e financeira, o que seria improvável pois para o investidor botar dinheiro num clube é preciso que tudo esteja organizado''.
''Deve ter muita gente dizendo que contrataria Messi pra começar. Comigo seria diferente. O máximo de investimentos na base, para que o Náutico virasse a principal referência em formação de atletas do país, e estruturaria um time competitivo, com toda a paciência e cuidado, para em pouco tempo estabilizar nossa permanência na Série A e disputar valendo a Libertadores''.
Edno também afirmou que investiria no futebol feminino, buscando fortalecer ainda mais o clube como um todo.
''Investiria pesado no nosso futebol feminino e o Náutico seria campeão brasileiro com as mulheres e com os homens. Também faria investimentos robustos no nosso patrimônio, impulsionando alternativas de lazer no clube, fortalecendo nossa comunicação, os esportes olímpicos e amadores. Já tô até vendo o Timba ganhando medalha de ouro numa olimpíada'', completou.
Sport
Já o Sport, está lutando para sair da zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro. Sid Vasconcelos, em entrevista exclusiva ao Blog do Torcedor, ex-integrante da equipe de Marketing do Leão, essa possibilidade precisa ser estudada, porque nem sempre dá certo.
''Tratando dessa hipótese, eu acho que antes de tudo, os clubes deveriam fazer uma análise aprofundada do que querem hoje e onde querem estar no futuro. Isso parte de uma premissa muito básica, que uma análise sobre o modelo de gestão, um modelo associativo que existe hoje nos clubes brasileiros, a grande maioria com o advento de clubes empresas, que estão surgindo, sempre vem esse questionamento. O desejo muitas vezes do torcedor de ter um investidor, mas tudo precisa ser avaliado. Tem as consequências enormes''.
''Eu particularmente não vi nenhum debate aprofundado por nenhum meio esportivo, muito menos pelos clubes de futebol, da lei que foi agora pouco sancionada da constituição sociedade anônima do futebol, que transforma o clube em empresa''.
''Esse assunto precisa ser muito aprofundado, principalmente por aqueles que fazem o clube hoje. Mas que não podem estar restritos a eles. Eu acho que falar de hipóteses, se um bilionário vai investir, pode ser muito mas também pode ser nenhum, porque tudo passa por essa construção - de onde o clube quer chegar.
Sid lembrou do caso do Figueirense, que quis se tornar um clube empresa, e agora ocupa a Série C do Campeonato Brasileiro.
''Tem diversos exemplos de situações que deram errado no mundo inteiro. Recentemente você vai ver o caso do Figueirense, que quis transformar o clube em empresa, fez um contrato de diversos anos e deu tudo errado'', completou.
Santa Cruz
O Blog do Torcedor também conversou com o Presidente do Conselho Deliberativo do Santa Cruz, Marino Abreu, que analisou a possibilidade sobre perspectivas diferentes, com diversas possibilidades.
''A gente sempre tem que analisar isso sobre duas perspectivas, do significado de um clube de futebol. Um clube de futebol como o Santa Cruz, além de ser uma associação esportiva de futebol que, claro, tem o objetivo de disputar campeonatos, ganhar, ser campeão em diversos deles e estar nos melhores campeonatos possíveis, ele ainda tem um simbolismo maior - que é a região, a cultura local e de pertencimento''.
''O Santa Cruz com sua torcida, ele tem um significado muito grande de pertencimento, da nossa terra (Recife, Pernambuco), e pertencimento com o clube. O Torcedor Coral se sente dono daquilo, afinal ele ajudou a construir o estádio''.
''Então, vindo um bilionário, a gente teria que analisar essas duas perspectivas. Futebolisticamente falando seria excelente, seríamos campeões de tudo, mas na perspectiva de pertencimento a gente conseguiria ter? A gente acabou de participar de um movimento, no ano de 2020. O Santa Cruz viveu um movimento que engajou toda a torcida, todos os sócios, para a gente ter democracia. Um bilionário, ele seria o dono, então isso seria extinto.
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