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Retrospectiva: Relembre os momentos mais marcantes do Náutico na temporada de 2021

Título estadual, arrancada e frustração na Série B, ida e volta de Hélio dos Anjos e eleições marcadas por denúncias de assédio são os destaques da retrospectiva do Náutico em 2021

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Carolina Fonsêca

Publicado em 31/12/2021 às 8:31
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O ano chega ao fim e o torcedor do Náutico vai se despedir de 2021 com um misto de gratidão e frustração. A temporada começou de vento em popa, resultando no título do Campeonato Pernambucano. Na Série B, o Timbu teve uma arrancada histórica, mas acabou vendo o gás acabar antes que pudesse carimbar o passaporte para a elite do futebol brasileiro.

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Fora dos gramados, o clube viveu um ano eleitoral marcado pelo primeiro bate-chapa desde 2015, que terminou com vitória da situação. O período eleitoral do alvirrubro também foi marcado por sérias denúncias de assédio, que seguem ainda sob investigação policial. 

Náutico campeão pernambucano de 2021

A temporada de 2021 começou para o Náutico com um calendário enxuto, mas também com um time embalado pela reta final da Série B do ano anterior. Com Hélio dos Anjos e a base do elenco mantida, o principal objetivo do Timbu estava bem claro: garantir um 2022 com mais competições. O primeiro passo era ganhar o Campeonato Pernambucano. Missão dada, missão cumprida e com louvor. O alvirrubro fez uma campanha incontestável no Estadual.

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Foram sete vitórias seguidas na primeira fase, com os 100% de aproveitamento sendo perdidos apenas na oitava rodada, no empate por 2x2 com o Afogados, nos Aflitos. Mesmo assim, o Timbu encerrou a classificatória em primeiro, com 22 pontos, apesar da derrota por 3x0 para o Sport na última rodada.

Por terminar a classificatória como líder, o Timbu garantiu a vaga na Copa do Brasil de 2022 e alcançou um dos objetivos traçados para a temporada, antes mesmo de erguer a taça de campeão pernambucano.

Na semifinal, um rival de peso, o Santa Cruz. Na Arena de Pernambuco, vitória por 2x1, com dois gols de Kieza, e passaporte garantido para a decisão contra o Sport, que eliminou o Salgueiro. Na final, dois empates em 1x1 com o Sport, na Arena de Pernambuco e nos Aflitos, respectivamente. Nos pênaltis, deu Timbu: 5x3! Náutico 23 vezes campeão pernambucano.

Arrancada e frustração na Série B do Campeonato Brasileiro 

O Náutico do primeiro semestre de 2021 era um time conciso e difícil de derrotar. Dentro do estádio dos Aflitos, então, era ainda mais Timbatível. E foi nesse ritmo que o alvirrubro acabou chegando ao topo da classificação logo na terceira rodada da Segundona. 

A liderança invicta do Timbu durou 15 rodadas. Um recorde histórico. Até então, a maior sequência invicta na era dos pontos corridos na Série B pertencia à campanha do Corinthians em 2008, com 12 jogos sem perder. O bom desempenho se consolidava e parecia que o acesso era apenas uma questão de tempo. Até que veio a primeira derrota. E depois uma sequência ruim. 

Com uma série de derrotas consecutivas, o Náutico saiu da liderança. Posteriormente deixou o G4 e, consequentemente, Hélio dos Anjos deixo o clube. Sinal de alerta ligado nos Aflitos. A campanha ia desmoronando e Marcelo Chamusca foi o técnico escolhido para tentar resgatar o time, mas não funcionou. Após pouco mais de um mês no comando, com apenas uma vitória na conta, dois empates e três derrotas, ele também deixou o cargo. 

Sem Chamusca, o Náutico protagonizou um momento inusitado no futebol, trazendo de volta Hélio dos Anjos, técnico que deixara o cargo há cerca de um mês. Os alvirrubros ainda sonhavam com o acesso e brigaram por isso até as últimas rodadas. No entanto, o sonho precisou ser adiado mais uma vez. Como ponto positivo ficou uma campanha que em nenhum momento se desenhou como uma fuga do rebaixamento. Por outro lado, o fôlego só foi suficiente para garantir a permanência com tranquilidade e encerrar a competição em oitavo lugar, com 53 pontos. 

Eleições com o primeiro bate-chapa desde 2015 

As eleições do Náutico que definiram o presidente e o vice-presidente para o biênio 2022-2023 aconteceram no dia 5 dezembro. Pela primeira vez em seis anos, o clube teve um bate-chapa e com três candidaturas na disputa, sendo um grupo da situação e dois de oposição.

Em 2015, Marcos Freitas venceu a disputada eleição por uma diferença de 10 votos. Do outro lado, oposição na época, estava o atual presidente Edno Melo. Posteriormente, nos dois pleitos seguintes, o atual mandatário não teve concorrentes. Desta vez, Diógenes Braga e Luiz Filipe Figueirêdo, presidente e vice pelo grupo da situação (Chapa Avança Náutico) foram eleitos com 1.069 votos (76%). 

Candidato pela chapa Inova Náutico, Plínio Albuquerque teve 230 votos (16,4%). Já Bruno Becker, da Náutico Sustentável, teve 107 votos (7,6%). 

Diógenes Braga tem 46 anos, é médico veterinário e empresário no ramo do agronegócio. O envolvimento dele com os bastidores do clube teve início em 2014, quando se tornou conselheiro. Antes disso "era um torcedor de arquibancada", como ele mesmo definiu. Em 2015, Braga integrou pela primeira vez a diretoria de futebol do Náutico e em 2016 foi eleito conselheiro outra vez, exercendo a função até 2017.

A segunda passagem de Diógenes pelo Conselho Deliberativo foi marcada pela convocação feita por ele para a Assembleia Geral que determinou a volta dos jogos do Náutico ao estádio dos Aflitos. Neste processo, inclusive, o candidato integrou a comissão paritária, sendo titular da pasta comercial da comissão, onde ficou até ser eleito vice-presidente do clube, junto com Edno Melo como presidente. Ainda como conselheiro nos anos de 2016 e 2017, Diógenes também presidiu a Comissão de Futebol do Conselho Deliberativo.

Denúncias de assédio marcam período eleitoral do Timbu 

A penúltima semana antes da realização das eleições do Náutico foi marcada por graves denúncias de assédio contra Errisson Melo, agora ex-superintendente financeiro do clube e irmão de Edno Melo, então presidente. Dada a gravidade do tema, as eleições do clube deixaram de ser o centro das atenções como se esperava.

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O primeiro caso veio à tona na última segunda-feira (22), quando Tatiana Roma, ex-diretora da Mulher e Operações do alvirrubro tornou público um relato de que havia sofrido assédio moral e importunação sexual de autoria de Errison. No decorrer dos últimos dias, outras mulheres revelaram terem sido vítimas dele, inclusive uma adolescente de 15 anos.

Enquanto as novas denúncias surgiam, Edno Melo e o advogado de Errison, José Augusto Branco, insistiam em afirmar que os casos seriam, na verdade, "factoides" para tumultuar o ambiente eleitoral do alvirrubro. Mesmo sendo constantemente associado às eleições, o assunto foi pouco abordado pelos candidatos que estavam na disputa. 

 

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