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"Santa Cruz precisa de um norte e eu preciso trabalhar com a verdade", diz executivo sobre eleições

Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, Marcelo Segurado pediu união no campo político para dar um direcionamento no planejamento do futebol

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Antonio Gabriel

Publicado em 13/03/2022 às 22:56 | Atualizado em 14/03/2022 às 6:59
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Os bastidores quentes da disputa eleitoral indireta tomaram as manchetes do Santa Cruz durante a última semana.

Nesta segunda-feira (14) o Conselho Deliberativo coral vai escolher os novos representantes do executivo do clube para um mandato tampão de dois anos e os diálogos, disputas e incertezas do pleito têm causado muita expectativa dentro dos vestiários.

O executivo de futebol do Santa Cruz, Marcelo Segurado, em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, desabafou sobre o momento, cobrou verdade e revelou que o pleito será de suma importância para o seguimento do planejamento traçado no início da temporada.

"Como vou fazer um planejamento sem um norte? Tenho uma reflexão que essa estagnação [do planejamento] não vem dessa semana, vem há algum tempo por faltar um norte, um direcionamento para nós do departamento de futebol para que possamos seguir. O futebol como qualquer coisa na vida é feito de verdade. A verdade tem que ser dita, sendo positiva ou não. O que a gente precisa é um norte, de alguém que possa chegar e dizer que também é comandante e que vai tá com a gente. O Santa Cruz é muito grande, é uma agremiação enorme. As pessoas tem que ter respeito com isso, tá no momento de aglutinar. Essas forças todas que estão por aí precisam se unir. Desculpe o desabafo, mas é o que eu penso", comentou.

A situação do Santa Cruz envolve uma crise financeira com uma dívida que chega próximo dos R$ 200 milhões e uma temporada com escassez de recursos. O reflexo imediato são salários atrasados.

Até agora, os jogadores só receberam valores referentes a carteira de trabalho do mês de janeiro, faltando a imagem e o mês de fevereiro completo. Segurado declarou que falta transparência na questão dos pagamentos.

"A gente tem que acabar com isso de que salário de jogador e comissão pode atrasar, isso não é comum. As contas vencem. Mas não é isso que vai fazer o trabalhador de uma fábrica, indústria ou comércio trabalhar menos ou mais, assim é também com o futebol. O que a gente precisa é ter um norte, que as pessoas que estão a frente cheguem para gente e coloquem a realidade. 'Olha, não tenho condições de pagar agora e vamos pagar tal dia'. Vida que segue. Não podemos seguir com situações onde não temos um norte. Esse grupo está sendo muito forte em função de acreditar no trabalho da comissão e departamento de futebol. O que precisa é de um diálogo maior com aqueles que são responsáveis por prover os orçamentos e aquilo que vai ser pago e proposto. Preciso trabalhar com a verdade sempre para passar tranquilidade para os meus atletas", complementou.

O executivo coral evitou se envolver diretamente com o campo político, mas cobrou uma escolha consciente do Conselho Deliberativo no pleito de amanhã, priorizando um nome que possa representar a união.

"O Santa Cruz precisa de alguém que saiba unir o clube. É preciso alguém que venha com experiência, que tenha vivido uma situação de futebol, sendo conciliador e que tenha um histórico vitorioso. Esse clube tem tradição, tem uma torcida enorme. É preciso que a gente faça um futebol profissional e é tudo aquilo que venho tentando fazer desde que cheguei. Não vou fazer referência a nenhum candidato, não conheço todos. Nesse momento a gente precisa de alguém que concilie e não divida. A gente não perde ou ganha o jogo nos noventa minutos não, é na semana e nas coisas que acontecem no dia a dia. A gente precisa de tranquilidade. Peço aos conselheiros que por favor tenham consciência e deem a gente credibilidade e tranquilidade para continuarmos trabalhando", finalizou.

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