Quase 50 dias após a eliminação na Série D para o Tocantinópolis, o Santa Cruz deu um start no planejamento da temporada 2023 com uma semana repleta de reuniões no estádio do Arruda nesse início do mês de outubro.
Além do departamento de futebol, o presidente Antônio Luiz Neto tem participado de encontros com os setores administrativo e financeiro do clube para traçar, de maneira geral, o orçamento tricolor para a próxima temporada, com a promessa de um poder de investimento bastante reduzido.
Ao lado de Rogério Guedes, atual diretor de futebol, ALN teve um primeiro encontro com o setor administrativo na última terça-feira (4) para estabelecer a realidade atual do Santa Cruz em números e daí em diante dar um ponto de partida.
Ainda nesta quarta-feira (5), reuniões com o setor financeiro e com o coordenador técnico do clube, Zé Teodoro (de forma remota, já que ele busca parcerias no interior de São Paulo) devem acontecer, sendo essa última a que vai iniciar os planos para o futebol do ano que vem.
Já deferido pela justiça, o processo de recuperação judicial do Santa Cruz tem peso importante na definição do orçamento para 2023. Por lei, o clube está isento de qualquer execução judicial pelo prazo de 180 dias e ao final do mesmo período, um plano de renegociação de dívidas tem que ser apresentado a uma assembleia de credores.
Isso implica dizer que qualquer receita que entrar nos cofres corais nos próximos seis meses será completamente aproveitada pelo clube, sem nenhuma dedução de qualquer natureza.
A diretoria coral enxerga isso como um trunfo, mas ao mesmo tempo como uma situação que demanda uma responsabilidade ainda maior com as contas e folhas de pagamento que serão estipuladas, tanto para atletas e comissão técnica como também para os funcionários.
Na última temporada, a folha salarial do futebol do Santa Cruz girava na casa dos R$ 400 mil. O número foi alcançado principalmente após os reforços que foram contratados para a reta final da Série D. Para o ano que vem esse número será bastante reduzido.
Considerando os recursos que existem hoje no clube e algumas certezas de receitas para os próximos meses, a diretoria tricolor espera ter uma folha que gira na casa dos R$ 250 mil para 2023, um valor considerado sustentável para uma realidade de quarta divisão.
Claro que o número pode ser incrementado mediante avanços em competições, como por exemplo a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil, e a chegada de mais recursos, como patrocinadores e investidores.
Com a seletiva da Copa do Nordeste definida para os dias 5 e 8 de janeiro, a pré-temporada do Santa deve ser iniciada na segunda quinzena do mês de novembro, ainda sem data definida.
A ideia é ter tempo suficiente para dar uma boa forma física aos atletas, principalmente considerando possíveis nomes que venham de um período de inatividade, e compensar o período de fim de ano, onde os jogadores são liberados para passar as festividades com os familiares.
Até o momento, o Santa Cruz já acertou sete permanências para o ano que vem, sendo eles o zagueiro Alemão, os laterais Jefferson Feijão e Ítalo Silva, os volantes João Erick e Arthur e o ponta Lucas Silva.
Ainda existem nomes na pauta da diretoria que são considerados interessantes e podem compor a espinha dorsal do elenco para o início da próxima temporada.
O meia Anderson Ceará já demonstrou publicamente o interesse de permanecer no Arruda, mas a negociação caiu num impasse já que o atleta tem vínculo com o Santos.
A princípio, a equipe paulista liberou o jogador para ficar no Arruda, mas com os tricolores arcando parte do salário. O Santa já fez uma contraproposta e aguarda o posicionamento do Peixe até o final dessa semana.
Outro meia que é desejo dos diretores tricolores é Chiquinho, que retornou ao clube principalmente para atuar no mata-mata da Série D. A gestão coral vem conversando com o atleta para buscar uma adequação dele na nova realidade financeira.
Por fim, outros dois volantes podem acertar permanência. Daniel Pereira, que foi titular absoluto na reta final da temporada, pertence ao XV de Piracicaba/SP e está envolvido na final da Copa Paulista diante do Marília.
O atleta já teria demonstrado o desejo de retornar ao Arruda, mas só deve continuar as conversas após o fim da competição estadual. Já Elyeser está no Recife com a família desde o término da Série D, tem proposta do clube coral em mãos, mas ainda não decidiu o futuro, alegando sondagens de outros clubes do sul do país.