Náutico promete apoio a torcedores agredidos nos Aflitos; empresa afasta funcionário que deu golpe de escudo
Cenas de violência dentro dos Aflitos marcaram o pós-jogo de Náutico x CRB
Uma série de episódios de violência marcaram o pós-jogo de Náutico x CRB, nesse domingo 25, nos Aflitos. Em vários vídeos que circularam nas redes sociais, ainda no dia do jogo, seguranças privados aparecem agredindo alguns torcedores dentro da sede alvirrubra.
Inclusive, nas imagens, outros torcedores aparecem em confronto com integrantes da empresa privada, AK Vigilância, que prestava serviço para o clube.
Ainda na noite do ocorrido, em nota oficial, o presidente do Náutico, Bruno Becker, repudiou a postura dos seguranças contratados e anunciou o fim do contrato com a empresa. Poucas horas depois, já nesta segunda-feira, o mandatário alvirrubro colocou o departamento jurídico do clube à disposição dos torcedores envolvidos no caso e garantiu que o Timbu prestará todo o apoio institucional possível.
"O que foi visto neste domingo é inaceitável. O evento esportivo é um espaço de entretenimento e convivência social, onde os valores de uma cultura de democracia e paz devem prevalecer. Diante de tudo que vimos hoje, comunico que o Náutico irá rescindir o contrato com a empresa de segurança envolvida neste triste episódio", afirmou Becker.
Em entrevista ao Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, o presidente do Náutico fez questão de ressaltar a preocupação em acolher os torcedores agredidos e envolvidos no caso. Por sinal, um dos alvirrubros precisará passar por um procedimento cirúrgico em uma unidade de saúde pública do Estado.
"A leitura que o clube faz sobre o fato é a mesma. O processo de rescisão vai acontecer de maneira natural, com a notificação do clube por parte da empresa de que iremos rescindir o vínculo. Para o jogo de sábado, teremos que passar uma resposta (o clássico contra o Sport), de uma boa relação entre segurança privada e os torcedores, e já estamos em processo de contratação de outra empresa", comentou.
"Minha preocupação sempre foi rescindir com a empresa e cuidar do torcedor que foi agredido, prestar assistência às vítimas. Esse é o foco do momento. Além disso, focar que esses fatos não podem se repetir em hipótese alguma. É inadmissível que o torcedor do Náutico não se sinta acolhido e seguro na própria casa", completou o presidente alvirrubro Bruno Becker.
Empresa afasta funcionário que aparece dando golpe com escudo
Uma das imagens mais chocantes dos vídeos que viralizaram nas redes sociais é a que aparece um segurança quebrando um escudo balístico em um torcedor que estava rendido, deitado no chão e sendo agredido por outros funcionários da empresa privada.
Em nota, a AK repudiou veementemente os atos agressivos dos prestadores, afirmou que ele já foi identificado, afastado e está recebendo acompanhamento psicológico.
"O evento ocorreu mais de uma hora após o jogo. A PM já estava saindo da função e os vigilantes da empresa já estavam, a maioria deles, sem farda. Foi tudo orquestrado pela t.o (torcida organizada) para fazer aquilo, depredar o patrimônio, assim que a polícia saísse. O intuito deles foi esse, e agimos para salvaguardar o patrimônio. Mas nada justifica, em absolutamente nada, a escudada. Isso a empresa repudia veementemente, tanto que o funcionário já foi identificado e afastado pela empresa", afirmou a empresa de segurança, em nota.
"Mas foi uma ação de vândalos organizados. A torcida do Náutico não é assim; tem pessoas que se infiltram. E a pessoa que levou a escudada tinha tornozeleira eletrônica. Infelizmente, a gente teve que combater, embora nada justifique o ocorrido da escudada", completou.
Caso deve parar na Polícia
Os torcedores envolvidos no caso prometeram abrir um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil contra a empresa de segurança e os seus funcionários. Inclusive, o alvirrubro citado pela empresa, que disse que tinha uma tornozeleira eletrônica. O Náutico promete acompanhar o caso.