PARAÍBA

Baía da Traição: A aldeia indígena da Paraíba repleta de beleza, cultura e magia

A apenas 90 km de João Pessoa, o local tem 20 mil hectares cheio de praias, falésias, lagoas e rios sagrados

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Leonardo Vasconcelos

Publicado em 23/01/2022 às 8:00 | Atualizado em 24/01/2022 às 14:03
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Imagine um convite para conhecer uma vila de pescadores que conta com tribos indígenas, praias desertas, falésias gigantes, lindas lagoas e rios sagrados. Difícil resistir à tentação de seguir até a Baía da Traição, no Litoral Norte da Paraíba, a apenas 90 km de João Pessoa. Um destino ainda pouco divulgado que tem 20 mil hectares marcados pela beleza, cultura e história. 

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Antes de detalhar todos os atrativos é importante explicar a origem do nome. A Baía da Traição foi assim chamada devido a uma emboscada que os índios potiguaras organizaram contra os portugueses que chegaram no local em 1501. Daí a “traição”. Séculos se passaram e até hoje a presença deste povo no local ainda é muito marcante, mas agora simbolizando uma tradição!

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Com muita luta e resistência, os potiguaras (termo tupi que significa “comedores de camarão”) mantiveram seus costumes e há alguns anos vem fazendo muito sucesso com o turismo étnico, atraindo pessoas de todo o Brasil e até do exterior para uma verdadeira imersão no rico patrimônio cultural indígena da Baía da Traição.

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“Os índios potiguaras resistiram por mais de um século e só se renderam aos portugueses em 1625. A etnia mostrou sua força e permaneceu no território até hoje, agora mostrando aos visitantes toda a nossa exuberância natural e cultural”, disse o secretário de turismo do município Josias Ferreira.

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A equipe de reportagem da Coluna Turismo de Valor, inclusive, visitou o local com um grupo da agência de ecoturismo pernambucana Vem de Andada que viajou em um fim de semana para acampar no local e assim absorver melhor a energia da Baía da Traição que é, de fato, surpreendente. Quem conduziu a experiência foi o guia Brenno Xavier que há 6 anos vem promovendo o turismo de imersão no local.

“Eu recebo as pessoas no meu lar, o Anikauai, e as levo para mergulharem de verdade na nossa cultura. Nossa missão é reconectar as pessoas com a sua essência, integrando-as aos espaços verdes, valorizando os saberes ancestrais e distribuindo cuidado e amor”, disse Brenno.

Várias vivências são promovidas como um ritual com dança na oca sagrada e a trilha do silêncio, onde as pessoas foram convidadas a não falarem para escutar melhor a natureza e se conectar com ela. Há uma providencial e refrescante parada na Lagoa Encantada que transmite uma paz incrível. No local, os visitantes também tem a chance de serem pintados pelos índios.

Uma das paradas mais esperadas é no famoso Rio do Gozo que é sagrado para os potiguaras. Se banhar nas águas calmas e transparentes é uma verdadeira terapia e um balanço confere a beleza cênica ao local.

No fim da tarde é hora de seguir para o acampamento bem na beira da praia deserta. As barracas são levantadas junto com a lua que dá um espetáculo à parte deixando o mar prateado. O show da natureza continua no outro dia com a alvorada alaranjando a areia e convidando para abraçar o sol.

“A experiência na Baía da Traição é indescritível. Tanto que já vim aqui sete vezes, tanto com grupos do Vem de Andada e por conta própria, e sei que ainda vou voltar. Brenno é um ser iluminado que tem o dom de transmitir essa cultura indígena e fazer com que a pessoa faça uma viagem para dentro de si mesma. É algo fantástico de verdade”, comentou a enfermeira recifense Arielle Araújo.

A Baía da Traição conta vários outros pontos turísticos como os canhões da associação do Toré Forte, o Ateliê Arte Potiguara e as ruínas da Igreja São Miguel do Arcanjo. Por isso, o ideal é passar no mínimo um fim de semana inteiro para sentir melhor e interiorizar tanta energia. Os portugueses foram traídos, mas hoje em dia todos são atraídos pelos potiguaras e a aula de sintonia com a natureza que dão.

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