O Instituto Federal do Rio Grande do Sul de Bento Gonçalves (IFRS), no Rio Grande do Sul, doou 47 mil litros de vinho que estava armazenado há 15 anos, já impróprio para consumo, para ser transformado em cerca de sete mil litros de álcool 70%, poderoso aliado na higienização das mãos e superfícies em tempos de circulação no novo coronavírus no Brasil.
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O transporte da bebida começou na manhã dessa segunda-feira (30), e a destilação será feita na vinícola Casa Valduga. A bebida, que foi fabricada em 2004, estava armazenada na vinícola do Instituto há mais de 15 anos, por causa de um processo judicial.
“O vinho ficou parado em função de uma denúncia no Ministério Público e depois virou processo na Justiça, por uma questão de falta de controle dos produtos. Ele ficou parado como prova dessa ação judicial. Para a liberação do vinho, a gente necessitava de um despacho do juiz aqui de Bento Gonçalves, que nos autorizou na quinta-feira (26). Isso pra gente é histórico, ainda mais no momento em que estamos vivendo, em poder ajudar a cidade de Bento Gonçalves”, explica o diretor do IFRS, Rodrigo Monteiro, ao G1.
O diretor conta que, após a identificação da bebida como imprópria, o procedimento correto para evitar o desperdício é a fabricação de álcool em gel ou líquido 70%.
“A utilização deste vinho não poderia ter um fim tão nobre quanto a produção de álcool, principalmente nesse momento que a gente vive. Poder abastecer a rede do município de saúde de Bento. É muito gratificante”, explica Rodrigo.
A doação, o transporte e a doação de embalagens e rótulos para frascos é voluntária. E, após a destilizacão, o álcool será doado ao hospital Tacchini de Bento Gonçalves e a secretaria de saúde da cidade.
“Priorizamos a prefeitura, pois tem uma rede municipal de contempla praticamente duas Upas, cinco ambulâncias da prefeitura, fora do Samu, tem 30 unidades básicas de saúde no município. É uma rede grande”, contabiliza.
Processo de transformação
Com uma graduação alcóolica que varia 10% a 13%, em média, o processo de destilação se dá através de aquecimento do vinho, num alambique ou destilador, onde será feita separação da água e do álcool, segundo a enóloga responsável pela equipe técnica da vinícola do IFRS, Gisele Gugel. "Isso é possível pois a temperatura de ebulição do álcool é menor que a da água”, explica Gisele.
A segunda etapa é a análise de teor de destilação, quando o álcool é ajustado até chegar no 70%, percentual indicado para combater o coronavírus.
“Ele fica incolor, pois os demais compostos presentes no vinho ficam no subproduto que chamamos de vinhaça, que será descartado. Basicamente, com o aquecimento dentro dos alambiques/destiladores, somente o álcool evapora”, esclarece Gisele.
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O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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