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Pesquisadores da USP desenvolvem aplicativo que faz diagnóstico de coronavírus a partir de radiografia do pulmão

Para criar o app, os pesquisadores analisaram 3.500 imagens, sendo duas mil de pacientes com a covid-19

Larissa Lira
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Larissa Lira
Publicado em 08/07/2020 às 20:15 | Atualizado em 08/07/2020 às 20:15
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O aplicativo também pode ser utilizado para fazer triagem de pacientes com suspeita de covid-19, pois permite a análise de várias imagens ao mesmo tempo. - FOTO: REPRODUÇÃO

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da Universidade São Paulo (USP) e do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, em São Paulo, criou um aplicativo capaz de identificar se um paciente está com coronavírus. O app funciona a partir de uma simples radiografia de pulmão.

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O aplicativo também poderá ser utilizado para fazer triagem de pacientes com suspeita da doença, já que permite a análise de várias imagens ao mesmo tempo. Para cria-lo, na primeira etapa, os pesquisadores analisaram 3.500 imagens, sendo duas mil de pacientes com a covid-19; outras quinhentas de pacientes com tuberculose e mil de pessoas sem nenhuma doença. Elas foram obtidas de repositórios de Brasil, China, Estados Unidos e Itália.

Formada em Fonoaudiologia e Informática Biomédica e doutora pela USP, a pesquisadora Paula Cristina dos Santos, uma das responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo, explica que foram separadas nas 3.500 imagens somente a área do pulmão, e que “em seguida foi feita uma análise estatística, usando algoritmo capaz de distinguir os três grupos de pacientes: aqueles com a covid-19, aqueles com tuberculose e aqueles sem nenhuma doença”.

Para nomear o aplicativo, a equipe decidiu homenagear Marie Curie. A cientista, nascida em Varsóvia, na Polônia, foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e única pessoa até hoje a ganhá-lo duas vezes, um de Física e outro de Química.

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Detecção das doenças 

Após o agrupamentos das imagens, já foi possível detectar as diferenças entre as imagens de pulmões afetados pela covid-19 e as imagens daqueles afetados pela tuberculose – e até mesmo diferenciar alterações causadas pela malária. “Foram identificadas 144 características, sendo 42 específicas da covid-19. Percebemos que essas características também têm níveis, dependendo do estágio da doença: mais leves, moderados e graves. Agora estamos fazendo estudos mais aprofundados, usando outros algoritmos, para estudar essa evolução nas imagens”, explicou Paula. 

Mesmo com detalhes ainda a serem ajustados, Paula afirma que o aplicativo Marie apresenta uma assertividade de 93% a 98% no diagnóstico de pacientes com a covid-19. “Percebemos que a assertividade cai quando o paciente está na fase inicial da doença, mas em pacientes com grau mais avançado, a assertividade chega a 98%. Então o que precisamos é aprofundar o estudo dos casos leves”.

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