Em vídeo, suspeito de estuprar e engravidar sobrinha de 10 anos insinua que mais dois parentes também abusavam da menina

O homem insinuou que o avô da menina e um filho desse avô também abusavam dela
Carolina Fonsêca
Publicado em 18/08/2020 às 19:46
Em vídeo, o acusado afirma ainda que havia informado aos policiais onde estava. Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS


Em um vídeo que circula nas redes sociais, o homem de 33 anos, suspeito de estuprar a sobrinha de dez anos e engravidá-la, confessa os abusos e insinua que outros dois homens da família de faziam o mesmo - seriam o avô e um filho desse avô. Na manhã desta terça-feira (18), o governador do Espírito Santos, Renato Casagrande (PSB), afirmou que o homem havia sido preso em Minas Gerais.

 

O acusado é ex-presidiário e já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma. O novo mandado de prisão, por estupro de vulnerável, foi expedido pela 3.ª Vara Criminal de São Mateus, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), na quarta-feira passada, 12. No vídeo, ele afirma ainda que informou à polícia onde se encontrava e que os outros dois homens acusados por ele de também abusar a menina também deveriam ser examinados. 

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (18), a polícia do Espírito Santo afirmou que chegou ao homem por meio de técnicas de investigação e inteligência. Ele teria fugido ao saber que a gravidez havia sido detectada. "Após monitoramento, identificamos onde ele estava. Na madrugada de ontem (segunda, 17), a equipe conseguiu o contato dele e verificou que ele já não tinha mais a possibilidade de fuga e ele já temia pela própria integridade de física, tinha medo de morrer e resolveu se entregar à ação policial e nós efetivamos a prisão dele", explicou Ícaro Ruginsk, superintendente de Polícia Regional Norte. A polícia contou ainda que ele estava escondido na casa de parentes em Minas Gerais. 

Quanto as insinuações feitas pelo homem, de que outras duas pessoas também teriam abusado da menina, a princípio são possibilidades rechaçadas pela polícia, mas que serão investigadas assim mesmo. "Todas as hipóteses serão investigadas. A princípio, a indicação é de que os abusos teriam sido cometidos todos por ele. Informalmente, aos policiais, ele afirmou que realmente possuía alguma intimidade com essa menina e fez alguns abusos contra ela. Informalmente, enquanto ele estava sendo conduzido para cá (de Minas Gerais para o Espírito Santo). Contudo, a equipe da delegacia de São Mateus verificará todas as hipóteses que forem apresentadas, mas a princípio nós rechaçamos essa informação e acreditamos que ele tenha sido o único autor dos abusos contra essa menina", acrescentou Ruginsk. 

Coletiva de imprensa da Polícia Civil do Espírito Santo

 

O caso

A menina era estuprada pelo próprio tio desde o seis anos de idade e acabou engravidando. O caso foi descoberto quando ela deu entrada no dia 8 de agosto no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, no Espírito Santo, com sinais de gravidez. A garota estava se sentindo mal e a equipe médica desconfiou da barriga "crescida" da menina. Ao realizar exames, os enfermeiros descobriram que ela estava grávida de três meses. Em conversa com médicos e com a tia, a criança confidenciou que o tio a estuprava desde os seis anos e que nunca contou aos familiares porque era ameaçada. O homem fugiu depois que a gravidez foi descoberta.

A autorização para o aborto legal da garota de dez anos foi dada pela Vara da Infância e da Juventude da cidade de São Mateus. No despacho, o juiz determinou que a criança fosse submetida ao procedimento de melhor viabilidade e o mais rápido possível para preservar a vida dela. A jovem teve o atendimento negado na unidade de referência do Estado onde mora e, por isso, precisou vir a Pernambuco para realizar a interrupção da gravidez.

No domingo (16), ela realizou o procedimento no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Zona Norte do Recife. No local, houve protestos a favor e contra o aborto, envolvendo políticos, religiosos e membros da sociedade civil.

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