A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina de muitas pessoas, entre elas as crianças, que com as escolas e creches fechadas agora passam mais tempo em casa, sob supervisão de seus responsáveis. Com isso, é necessário ficar ainda mais atento para evitar que os pequenos sofram acidentes domésticos, que podem levar até a óbito, enquanto estiverem em seus lares.
De acordo com a organização não governamental Criança Segura, que utilizou dados do Ministério da Saúde de 2019, a maior causa de internamento em hospitais de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Brasil são as quedas. Elas equivalem a 46,3% dos internamentos.
"No caso das crianças pequenas, é necessário que os pais estejam treinados para saber o grau do movimento. Também é preciso ficar atento aos móveis que podem oferecer riscos, com pontas afiadas, por exemplo", explicou o médico pediatra Fernando Cruz, que tem desenvolvido o projeto Criança Feliz em Pernambuco.
As queimaduras também aparecem no ranking de motivos de internamentos mais comuns sofridos por crianças, elas correspondem a 18,7%. Segundo o médico, para evitar este tipo de acidente, é preciso que os pequenos fiquem longe da cozinha.
"Se a casa for pequena, com apenas um cômodo, por exemplo, e a criança não tiver como se distanciar da cozinha, o indicado é não deixar o cabo da panela para o lado de fora do fogão. O recipiente pode estar com um líquido fervente, que se virar em cima da criança pode causar queimaduras na criança", disse.
Ainda com relação aos acidentes que causam internamentos, as intoxicações correspondem a 3,4% do público. Para evitar que isso aconteça, o médico pediatra alerta para não deixar remédios e produtos de limpeza em locais de fácil acesso.
"Não se pode guardar medicamentos, que se estejam utilizando ou não, em locais fáceis. É necessário deixá-los longe das crianças, porque dependendo da medicação ela pode ser letal", afirmou.
Com relação aos acidentes que levam a mortes de crianças e adolescentes de até 14 anos, dados do ano de 2018 apontam que 26,1% equivalem a afogamento. "É preciso lembrar que uma criança de até 2 anos pode se afogar num depósito de água muito raso, porque ela pode cair deitada e não conseguir se levantar", disse o doutor Fernando Cruz.
A sufocação também aparece como um dos principais acidentes que levam as crianças à morte, ela corresponde a 23,8%. "Sufocação por alimento são muito comuns em bebês. Para prevenir esse acidente, os pais devem ter cuidado coma posição que será feita a alimentação.
Quedas - 46,7%
Queimaduras - 18,7%
Trânsito - 9,6%
Intoxicações - 3,4%
Outros - 20,9%
Trânsito - 30,4%
Afogamento - 26,1%
Sufocação - 23,8%
Queimaduras - 6,0%
Quedas - 4,6%
Intoxicações - 2,7%
Armas de fogo - 0,6 %
Outros - 5,7%
A Criança Segura trabalha com a divulgação de informações, mudança de comportamento e no ambiente e a implantação de políticas públicas a grande maioria dos acidentes podem ser evitados. Em sua atuação, a organização aborda os diversos tipos de acidentes que mais acontecem com crianças, desde os mais simples, como uma queda em um parquinho, até os mais complexos, como a colisão de veículos em alta velocidade.