Ministério da Saúde está fechando compra de 100 milhões de doses da Coronavac, diz Pazuello
Segundo Pazuello, 46 milhões da Coronavac serão distribuídas até abril. E mais 54 milhões, no resto do ano
Atualizada às 18h04
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (7), durante coletiva no Palácio do Planalto, que está fechando contrato para compra de 100 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e será distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan, órgão ligado ao governo de São Paulo. Ele também voltou a afirmar que a vacinação no Brasil começa, no melhor cenário, em 20 de janeiro.
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Segundo Pazuello, 46 milhões da Coronavac serão distribuídas até abril. E mais 54 milhões, no resto do ano. O estudo de fase três do imunizante apresentou eficácia de 78% nos testes contra a covid-19.
A compra da vacina Coronavac é assunto delicado no governo federal. Por disputa política com o governador João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro fez Pazuello recuar de uma proposta de aquisição do imunizante em outubro.
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"Estamos hoje, na sequência da aquisição de doses com Butantan, fechando contrato que vai a 100 milhões de doses. Máximo que ele (o instituto) consegue produzir. Já tínhamos um memorando assinado desde outubro, final de setembro, nos comprometendo com aquisição da totalidade produzida", disse Pazuello.
O ministro afirmou que só conseguiu avançar no contrato com o Butantan após a edição, na quarta-feira (6) de uma medida provisória (MP) que permite a compra de vacinas mesmo antes do registro ou aval para uso emergencial ser concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Disse que toda a produção do Butantan será incorporada ao plano nacional de imunização, coordenado pelo governo federal. Doria, porém, tem planos de começar a vacinação em São Paulo em 25 de janeiro.
Além do ministro, participaram da coletiva o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco; o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros; e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto.
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Pazuello fez uma declaração à imprensa, no Palácio do Planalto, em tom de defesa do seu próprio trabalho e da atuação do presidente Bolsonaro. Ele disse que há "incompreensão" sobre a gestão na Saúde. A fala ocorre no momento em que o governo é pressionado para antecipar o calendário de vacinação. Dentro do governo há dúvidas sobre a permanência do ministro Pazuello na pasta nos próximos meses.
O ministro disse que há meses a Saúde já negocia a compra e produção de vacinas. "Isso precisa ser dito, foi falado 50 vezes Que inoperância é essa que o Ministério da Saúde tem se há cinco meses nos posicionamos para isso?", reclamou ele.
O ministro listou à imprensa as negociações feitas pelo governo por vacinas. A aposta do governo federal é a vacina da AstraZeneca/Oxford. A Fiocruz deve distribuir 210,4 milhões de doses a partir de fevereiro. E 2 milhões de unidades devem chegar neste mês, prontas, da índia.
Pazuello afirmou que a vacina de Oxford poderia ser aplicada apenas em uma dose, o que não é ainda indicado por agências reguladoras.
Segundo o general, a fabricação na Fiocruz e do Butantan servirá ao plano nacional de imunização, mas o excedente pode ir para a iniciativa privada e exportação.
Pazuello negou atraso para compra de seringas e agulhas. Disse que o pregão que conseguiu apenas 2,4% (7,9 milhões) das 331 milhões de unidades procuradas não "fracassou". Ele afirmou que a requisição de estoques da indústria nacional, feita após o pregão fracassado, já garante "estoque regulador" para começar a vacinação. Afirmou ainda que os Estados têm estoque para imunizar 60 milhões de pessoas.
Compra de outras vacinas contra covid-19
Pazuello disse ainda que negocia a compra da vacina russa Sputnik V, que será fabricada pela farmacêutica brasileira União Química. Ele disse que a quantidade da compra está em discussão
O ministro citou negociação com a Janssen, que, segundo ele, é o "melhor negócio" entre as vacinas. Isso porque o preço é baixo e a imunização exige apenas uma dose, segundo ele. Mas a farmacêutica ofereceu somente 3 milhões de doses ao País, com entrega que começaria no segundo trimestre.
Pazuello declarou ainda que negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina da Moderna, com entrega após outubro. Cada unidade custaria US$ 37. Ele voltou a criticar a proposta da Pfizer, que exige não responder pelos efeitos colaterais registrados no País.
Ele também reclamou da quantidade de doses ofertadas, que não seria suficiente para o Rio de Janeiro. "Não posso pegar 500 mil doses da Pfizer e soltar pelo Brasil em janeiro. Para dizer que começou a vacinação, como muitos acham que é solução", disse Pazuello.