CRONOGRAMA

Vacina contra a covid-19 chegará aos municípios em até "três ou quatro" dias após aprovação da Anvisa, afirma Pazuello

Pazuello reforçou ainda que todos os estados receberão o imunizante simultaneamente

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Agência Brasil

Publicado em 11/01/2021 às 18:01 | Atualizado em 11/01/2021 às 18:01
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus no Brasil terá início três ou quatro dias após a aprovação do uso emergencial de um imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na última semana, o órgão recebeu dois pedidos, o primeiro foi realizado pelo Instituto Butantan, que solicitou o uso emergencial de seis milhões de doses da CoronaVac, seguido pela a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que protocolou o pedido para para o uso de dois milhões de doses da vacina de Oxford.

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“A partir do momento em que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia (a vacina) já estará nos estados e municípios para iniciar a vacinação”, afirmou Pazuello durante um evento sobre o enfrentamento da covid-19, realizado no estado do Amazonas.

Em sua fala durante o encontro com o governador do Amazonas, Pazuello voltou a afirmar que a vacinação terá início simultâneo em todas as unidades da federação, “no dia D e na hora H”. Ele convocou prefeitos a deixarem salas de imunização e depósitos refrigerados prontos para serem acionados logo após a aprovação de um imunizante. Pazuello acrescentou ainda que cada estado precisa ter um plano de imunização próprio preparado, devido às peculiaridades logísticas locais.

Assim como tinha feito na semana passada, o ministro apresentou três possíveis cronogramas. Em um panorama mais curto, a vacinação poderá começar até 20 de janeiro, segundo ele, caso haja liberação rápida da Anvisa. Nessa hipótese, já há 6 milhões de doses da CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac, disponíveis para uso, que foram importadas pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

Nesse caso, segundo ele, uma dificuldade é que a CoronaVac não possui autorização para uso emergencial nem mesmo na China, o que pode resultar em demora maior para a aprovação pela Anvisa. Ele afirmou que o ministério “tem todo interesse” na aprovação do imunizante.

Outras 2 milhões de doses da vacina da Astrazeneca/Oxford já foram compradas na Índia, onde já tiveram uso autorizado, disse o ministro. A chegada deve ocorrer dentro de dez dias, a depender de liberação pelo governo indiano.

Uso emergencial

O ministro voltou a apresentar números segundo os quais o Ministério da Saúde possui contratada a compra de ao menos 350 milhões de doses de vacina até o fim do ano. “Contratado. Não é sinalizado, não é memorando de entendimento, é contratado. Empenho, liquidação e pagamento” disse.

Nesse total, o ministério contabiliza cerca 210 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford e 100 milhões de doses da CoronaVac, os dois imunizantes que devem ser produzidos no Brasil, pela Fiocruz e pelo Butantan, respectivamente.

O ministério também negocia a compra de diversas outras vacinas – como a Sputinik V, de origem russa, as vacinas norte-americanas da Pfizer e da Moderna, e a vacina Jansen, empresa do grupo Johnson & Johnson. No entanto, ele voltou a afirmar que as quantidades disponíveis para importação são “pífias” para as dimensões do Brasil e que o país precisa contar com a fabricação própria.

Pazuello reforçou ainda que todos os estados receberão o imunizante simultaneamente. “Todos os estados receberão no mesmo dia a vacina. A vacina vai começar no dia D na hora H no Brasil”, disse.

O ministro declarou que o programa de vacinação para covid-19 no Brasil será “o maior do mundo”, já que, segundo ele, o povo brasileiro já está adaptado e quer receber a vacina. Ao contrário do que pensa Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que menos da metade da população deve ser imunizada contra a covid-19. O ministro da Saúde ressaltou que a vacina contra o novo coronavírus será gratuita e não obrigatória, no que depender do presidente e do Ministério da Saúde.

Doses

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também afirmou que o programa de vacinação contra a covid-19 a ser implementado pelo governo pode priorizar a aplicação da primeira dose no maior número possível de pessoas, antes que se inicie a aplicação de uma segunda dose. Segundo o ministro, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, cuja produção será feita pela Fiocruz no Brasil, possui eficácia de 71% com a aplicação da primeira dose. “Com duas doses você vai a 90%”, disse Pazuello.

“Talvez o foco seja não na imunidade completa, mas na redução da contaminação”, afirmou o ministro, explicando que com uma primeira dose a ideia é de que a pandemia vá “diminuir muito”. Após essa redução nas contaminações é que se começaria a aplicação de uma segunda dose.

 

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