Atualizada às 23h14
O envase de doses da vacina contra covid-19 CoronaVac foi temporariamente suspenso pelo Instituto Butantan após atraso na chegada de matéria-prima vinda da China, produzida pela farmacêutica Sinovac. No entanto, segundo o órgão, o calendário de entrega do imunizante ao Ministério da Saúde não deverá ser afetado.
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À GloboNews, o diretor do instituto, Dimas Covas, negou, nesta quarta-feira (7), qualquer anormalidade no trâmite, e disse que o lote de matéria-prima que estava previsto para esta quinta-feira (8) deve chegar ao País na próxima semana por causa de um atraso no despacho. "A matéria-prima está pronta para o embarque na China, houve um problema burocrático. Não há anormalidade. Não há retenção de vacina da China. Não há nenhum ruído de comunicação entre o Brasil e a China nem entre o Butantan e a Sinovac", explicou.
Segundo Covas, o envase foi suspenso há 10 dias, e o processo completo até a entrega das doses ao Ministério da Saúde dura aproximadamente 20 dias.
Durante a entrevista, o diretor do Butantan ainda cobrou celeridade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na entrega das doses da vacina Oxford/AstraZeneca ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). "O calendário de vacinação do Ministério da Saúde depende também do aporte dos milhões de doses que a Fiocruz prometeu entregar. Por sinal, é uma produção que deveria ter começado a ser entregue em fevereiro. O Butantan está cumprindo seu compromisso, mas, obviamente as vacinas adicionais precisam chegar", disse.
Em nota, o Butantan informou que "todas as doses provenientes do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) recebido da China já foram envasadas. Neste momento, cerca de 2,5 milhões de vacinas encontram-se em processo de inspeção de controle de qualidade - parte integrante do processo produtivo - para serem entregues na semana que vem ao Programa Nacional de Imunizações".
O Instituto destacou que desde janeiro já entregou 38,2 milhões de doses, que compõem a maior parte das vacinas aplicadas nas cidades brasileiras. O total de 46 milhões de vacinas, referentes ao primeiro contrato com o Ministério da Saúde, será entregue até o dia 30 de abril, na previsão do Butantan. Outras 100 milhões são esperadas ao longo do segundo semestre.
Não é a primeira vez que a linha de envase é paralisada à espera da chegada de novos lotes de IFA da China. Entre janeiro e fevereiro, a fábrica também ficou dias ociosa. A importação do IFA é um assunto que tem mobilizado o governo de São Paulo e o governo federal por meio do Itamaraty.
O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (7) que conversou com o embaixador da China Yang Wanming sobre o envio de insumos para a vacina contra a covid-19, a Coronavac, e foi informado de que o embarque está previsto. Durante a manhã, o Instituto Butantan fez o repasse de mais um milhão de doses para o Ministério da Saúde.
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