MEIO AMBIENTE

Bolsonaro fixa objetivo de neutralidade de carbono até 2050

Ele também se comprometeu a "eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030"

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AFP

Publicado em 22/04/2021 às 14:56
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O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (22) em uma cúpula do clima organizada pelos Estados Unidos que o Brasil terá como objetivo a neutralidade de carbono até 2050, uma década antes do previsto anteriormente.

"Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior", disse Bolsonaro no primeiro dia da cúpula organizada pelo presidente americano Joe Biden.

Ele também se comprometeu a "eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", enquanto as zonas desmatadas na Amazônia aumentaram consideravelmente desde sua chegada ao poder, em janeiro de 2019.

Bolsonaro ponderou que "diante da magnitude dos obstáculos, inclusive financeiros, é fundamental poder contar com a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas".

Ele destacou particularmente a importância dos mercados de carbono, "cruciais como fonte de recursos e investimentos para impulsionar a ação climática, tanto na área florestal quanto em outros relevantes setores da economia, como indústria, geração de energia e manejo de resíduos".

"O Brasil saiu desta cúpula como entrou: desacreditado. Bolsonaro passou metade do discurso pedindo dinheiro para avanços ambientais já conquistados no passado, mas que seu governo tenta destruir há dois anos", reagiu no Twitter Marcio Astrini, do coletivo Observatório do Clima.

 

O governo Bolsonaro é alvo de críticas virulentas por sua política ambiental

 

Os ambientalistas estão particularmente preocupados com cortes drásticos no orçamento e no pessoal das agências de proteção ambiental.

Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o desmatamento aumentou 9,5% em relação aos 12 meses anteriores, com uma área desmatada equivalente à da Jamaica, e os incêndios florestais também atingiram níveis extremamente preocupantes.

O presidente Bolsonaro já havia se comprometido a erradicar o desmatamento ilegal até 2030 em uma carta a Joe Biden na semana passada.

O enviado especial do presidente americano para a diplomacia climática, John Kerry, saudou este compromisso, mas pediu "medidas imediatas e diálogo com as populações indígenas e a sociedade civil para garantir que este anúncio se traduza em resultados concretos".

 

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