INVESTIGAÇÕES

Documento aponta que apenas 4 dos 27 mortos em operação no Jacarezinho eram alvos da Polícia Civil

A operação ocorreu no último dia seis de maio, no Rio de Janeiro

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Estadão Conteúdo, Rute Arruda

Publicado em 10/05/2021 às 22:09 | Atualizado em 10/05/2021 às 22:10
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Um levantamento realizado pelo UOL apontou que apenas quatro dos 27 suspeitos mortos na Operação Exceptios, no Jacarezinho, Rio de Janeiro, eram alvos da Polícia Civil. Entre esses, segundo a Folha de S.Paulo, três tinham mandados de prisão expedidos a respeito de investigações sobre associações ao tráfico de drogas e eram acusados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e outro era indiciado pela Polícia Civil, mas não acusado. A operação ocorreu no último dia 6 de maio e um policial civil também acabou sendo atingido pelos tiros e morreu. 

Os documentos apontam que as vítimas civis tinham idades entre 16 e 48 anos. Elas foram mortos em 12 confrontos distintos, que envolveram 29 policiais, de acordo com boletins registrados da Divisão de Homicídios.

O UOL aponta que 12 mortos na operação tinham antecedentes criminais ligados ao tráfico de drogas. E, de acordo com a Folha de S.Paulo 25 tinham registro de passagem pela polícia com crimes como tráfico de drogas, roubos e furtos. Entre as pessoas mortas, 16 passaram pelo sistema penitenciário e dois eram considerados foragidos.

Dois dos mortos não tinham passagem na polícia, mas depoimentos de parentes acessados pela Folha de S.Paulo informavam que eles tinham envolvimento na organização criminosa que atua no Jacarezinho.

Os dois portais ainda apontam que, durante audiência de custódia, os presos, que apresentavam marcas de violência, informaram que foram obrigados a carregar os corpos dos civis mortos, desfazendo a cena do crime. Segundo eles, os policiais agrediram com socos, chutes e coronhadas, além de ameaças de morte.

Governador se posiciona

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), defendeu a atuação da Polícia Civil durante a operação em que foram mortos moradores da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. "Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a operação de ontem realizada pela Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça", afirmou Castro em vídeo.
"Foram dez meses de trabalho de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores. Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas", seguiu o governador. "A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra prontas para repelir a ação do Estado e evitar as prisões a qualquer custo", disse.

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