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Assessor do Ministério da Saúde alegava vírus em computador para demorar a responder à Pfizer

A farmacêutica alertou que se o Brasil demorasse para responder, as doses reservadas poderiam ser vendidas a outros países

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Douglas Hacknen

Publicado em 24/05/2021 às 20:16
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O coronel do Exército, Elcio Franco, número dois do Ministério da Saúde (MS) durante a gestão de Eduardo Pazuello, afirmou em e-mail enviado à farmacêutica Pfizer que a demora no retorno das propostas de vacinas contra a covid-19 feitas pela empresa foi devido a um vírus na rede de computadores da pasta. A mensagem foi enviada somente em 10 novembro de 2020. No texto, Elcio alega enfrentar problemas para analisar a proposta do laboratório. Cópia do e-mail foi enviada à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Um dia antes do envio do e-mail, a Pfizer havia enviado ao ministério um documento informando os dados primários de eficácia do seu imunizante. Durante o final do ano passado, o MS disse ter encontrado indícios de que os sistemas da pasta tinham sido alvos de ataques cibernéticos. Ocorreram interrupções e até queda nas bases de dados da pasta. O secretário informou não ter recebido os anexos com dados logísticos sobre a vacina.

Elcio Franco foi convocado para depor na CPI, mas se recupera de infecção pola covid-19. O depoimento estava marcado para a próxima quinta-feira (27), porém, devido às condições de saúde, foi adiado.

 

"Informo que, em virtude de um problema de vírus em nossa rede do Ministério da Saúde, estamos com uma série de dificuldades de conexão em rede e abertura de e-mails, o que dificultou ou até impediu o acesso aos arquivos enviados até a presente data, assim como sua respectiva análise", escreveu o secretário.

A farmacêutica alertou que se o Brasil demorasse para responder, as doses reservadas poderiam ser vendidas a outros países. O diretor destaca a necessidade de "confirmação urgente".

O e-mail da Pfizer, obtido pela TV Globo, continha a seguinte mensagem: "É com imensa alegria que compartilho a notícia que acaba de ser divulgada globalmente pela Pfizer hoje. Dados da primeira análise realizada do estudo de fase 3 da nossa potencial vacina contra a Covid-19 indicam uma taxa de eficácia acima de 90%, 7 dias após a segunda dose. Isso significa que a proteção é alcançada 28 dias após o início da vacinação, que consiste em um esquema de 2 doses, sendo que não houve nenhuma preocupação séria de segurança", escreveu um dos diretores da farmacêutica.

"Devido às notícias de hoje, a procura de doses está aumentando, e se não respondermos em breve, outros países que estão na iminência de fechar um acordo estão propensos a solicitar mais doses, o que incluiria as que estão agora alocadas para o Brasil no primeiro semestre. Por isso nossa urgência", disse o diretor empresa.

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