Esposa de Lázaro Barbosa diz que policiais a torturaram por informações sobre o marido
A mulher disse ter apanhado três ou quatro vezes no rosto por um policial e disse que ele quebrou um rodo e ameaçou bater nela com o cabo
A esposa de Lázaro Barbosa de Sousa, o homem de 32 anos suspeito de matar 4 pessoas no Distrito Federal, contou em entrevista ao programa "Domingo Espetacular" que foi agredida por policiais que queriam saber o paradeiro dele.
De acordo com a mulher, um policial chegou a lhe dar três, quatro tapas no rosto. "Ele quebrou o rodo da minha tia e ia me bater com o cabo. Eu pensei comigo: 'Senhor, eu não acho justo eu apanhar com esse cabo de vassoura. O Senhor sabe que eu não sei onde ele está'", afirmou.
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Ainda segundo a mulher, também houve ameaça de afogamento caso ela não desse informações sobre a localização de Lázaro. "Isso é um abuso, eles não podem bater na gente assim", disse ela em entrevista concedida a Roberto Cabrini.
A esposa do fugitivo não foi a única a denunciar abusos de autoridade por parte da polícia: líderes religiosos de espaços tradicionais de matriz africana em Goiás também relataram ações violentas de policiais durante as buscas.
Procurada pelo "Domingo Espetacular", a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás afirmou que a polícia age de acordo com protocolos, e que as denúncias serão apuradas.
A mulher de Lázaro também relatou ameaças de civis que acreditam que ela tenha informações sobre o marido: "Muitos estão falando que eu era cúmplice, que eu sabia de tudo, que eu tinha que morrer". Hoje mesmo uma mulher me falou para eu não ficar andando na rua, porque tem muita gente comentando: por que não mata a mulher dele? Corta o pescoço dela para ver se atinge ele, se ele se entrega".
Lázaro Barbosa
Procurado há 13 dias pela polícia, Lázaro é o principal suspeito da morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal, no dia 9 de junho. Desde então, uma megaoperação foi realizada e conta com centenas de agentes das polícias do Distrito Federal e de Goiás, além do auxílio de militares da Força Nacional, drones, helicópteros, cães farejadores e sensores noturnos. O homem vem sendo chamado em redes sociais de 'serial killer do DF'.
Durante o dia, policiais estão envolvidos em procurar por Lázaro em chácaras, fazendas, no meio do mato e em pontos de bloqueio na BR-070. À noite, a caçada enfrenta outros desafios. Tendo como desvantagem a falta de luz solar, as forças de segurança contam com poucos equipamentos específicos para essas situações, além da dificuldade em lidar com o bioma da região.