VACINA

Veja o que diz o Ministério da Saúde sobre as doses da vacina AstraZeneca que teriam sido aplicadas fora da validade

O esclarecimento da pasta vem em resposta ao levantamento feito pelo Jornal Folha de S. Paulo com base em dados do próprio Ministério, apontando que milhares de doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a covid-19 foram aplicadas em postos de vacinação em todo o País

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Mirella Araújo

Publicado em 02/07/2021 às 18:58 | Atualizado em 02/07/2021 às 23:04
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O Ministério da Saúde informou, nesta sexta-feira (2), que "nenhuma dose de vacina contra a covid-19 é entregue aos estados e Distrito Federal, vencida". De acordo com a pasta, há um acompanhamento rigoroso dos prazos de validade dos imunizantes, e as doses ao serem entregues para as Centrais Estaduais "devem ser imediatamente enviadas aos municípios pelas gestões estaduais", conforme pactuado com o Conselho Nacional de Secretárias de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). 

"Cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério. Segundo a orientação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), caso alguma vacina seja administrada após o vencimento, essa dose não deverá ser considerada válida, sendo recomendado um novo ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses. O vacinado deverá ser acompanhado pela Secretaria de Saúde local", afirmou o Ministério da Saúde, por nota. 

 

O esclarecimento da pasta vem em resposta ao levantamento feito pelo Jornal Folha de S. Paulo com base em dados do próprio Ministério, apontando que foram aplicadas  26 mil doses fora da validade da vacina AstraZeneca no Brasil. Segundo os registro do Ministério da Saúde, até o dia 19 de junho, estes imunizantes foram usados por mais de 1,5 mil municípios de várias regiões do Brasil - só na cidade de Maringá, no Paraná, as doses aplicadas que estariam fora do prazo de validade correspondem a  3.536 vacinas.

A Fiocruz também emitiu um comunicado, afirmando que os lotes referidos na publicação da Folha de S. Paulo, não foram produzidos pela instituição. "Parte dos lotes (com numeração inicial 4120Z) é referente aos quantitativos importados prontos do Instituto Serum, da Índia, chamada de Covishield, e entregues pela Fiocruz ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (MS) em janeiro e fevereiro deste ano. Os demais lotes apontados foram fornecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS)", esclarece.

A instituição afirma ainda, que todas as doses das vacinas importadas da Índica (Covishield), foram entregues em janeiro e fevereiro dentro do prazo de validade "e em concordância com o MS, de modo a viabilizar a antecipação da implementação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, diante da situação de pandemia". Por fim, a Fio Cruz declarou estar apoiando o PNI na busca por informações junto ao fabricante para subsidiar as orientações a serem dadas pelo Programa àqueles que tiverem tomado a vacina vencida.

PERNAMBUCO

Em Pernambuco, foram aplicadas mais de 4,2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. O possível erro vacinal (1.268 doses) representaria 0,02% do total de doses aplicadas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou, na tarde desta sexta-feira (2), que já entrou em contato com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PE) para "acionar os municípios que tiveram registro no sistema de aplicação de doses vencidas para que o gestor municipal, responsável pela aplicação das doses na população, avalie os casos, para verificar se a informação procede ou se foi erro de digitação, e faça a busca ativa das pessoas que efetivamente foram imunizadas com doses fora da validade".

Alguns municípios pernambucanos também emitiram comunicados a respeito dos imunizantes que estariam fora do prazo de validade. A cidade que teria aplicado o maior número de doses vencidas, 279, foi Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A Prefeitura de Ipojuca informou que as vacinas correspondentes aos lotes 4120Z005 e 4120Z025, tiveram aplicação concluída muito antes ao prazo de validade. 

"O que identificamos foi um atraso de digitação das informações no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI). Ipojuca tem se destacado no estado pela eficiência da aplicação das doses, sendo no último dia 21/06 considerado o município da Região Metropolitana do Recife (RMR) que aplicou de forma mais imediata as vacinas recebidas, matéria inclusive em diversos veículos de comunicação. Portanto, aos ipojucanos, a Prefeitura esclarece que todas as doses no município foram aplicadas dentro do prazo de validade", afirmou a gestão, por nota. 

Sobre o município de Caruaru, no Agreste do Estado, que consta na lista tendo aplicado 36 doses, a prefeitura esclarece que "o lote 4120Z005 foi o primeiro lote de AstraZeneca a chegar no município". "O recebimento aconteceu no dia 26 de janeiro de 2021. No dia 14 de abril de 2021, data de vencimento do lote, todas as doses já tinham sido aplicadas entre os dias 26/01 e 03/03. As 36 doses que contam no sistema como aplicadas fora do prazo de validade, na verdade, trata-se de um erro no sistema de informação do Ministério da Saúde, que já está sendo corrigido", informou. 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), utilizou as redes sociais para informar que a capital pernambucana não aplicou nenhuma dose vencida da AstraZeneca. "Fiquem tranquilos. O Recife não aplicou dose vencida da Astrazeneca. As últimas doses do lote 412Z005 foram ministradas até 25/02/2021. A Folha de S. Paulo se refere a um erro, já corrigido, no registro de duas doses no sistema do Ministério da Saúde. A gente segue vacinando certo e protegendo vidas", declarou Campos. 


 

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