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Caminhoneiros seguem se dispersando na Esplanada dos Ministérios

O trânsito no local está fechado desde a última segunda-feira (6) na véspera das manifestações de 7 de Setembro

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Estadão Conteúdo, Juliana Sampaio

Publicado em 10/09/2021 às 13:48 | Atualizado em 10/09/2021 às 14:20
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Os últimos caminhoneiros que protestam há quatro dias na Esplanada dos Ministérios continuam se dispersar nesta sexta-feira (10), quatro dias após o início das manifestações. As autoridades locais retiraram os manifestantes que estavam instalados na Esplanada dos Ministérios desde o dia 6 de setembro. 
 
Segundo o UOL, os manifestantes que ainda estão presentes no local também estão desmontam as barracas e as tendas - armadas pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os últimos pontos de concentração de caminhoneiros estão localizados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia. "Ao todo, o número de ocorrências já é 70% menor do que o registrado no mesmo período do dia anterior. Tendência é seguir em queda ao longo do dia", informou o órgão.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os trechos da BR 116 km 07 em Mafra e na BR 282 km 345, em Campos Novos, Santa Catarina, também foram desmobilizados. No entanto, os trechos da BR 280 km 230 e 235, em Canoinhas, ainda estão com pontos de bloqueios.

 

Protestos

Os protestos dos caminhoneiros, que contaram com bloqueios em vários Estados, começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. A pauta dos manifestantes é a defesa do governo federal e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o ministro Alexandre de Moraes.
 
A saída de alguns caminhoneiros da Esplanada aconteceu logo após o próprio presidente recuar das ameaças feitas ao Supremo durante as manifestações. Há dois dias, chamou Moraes de "canalha" em discurso feito do alto de um carro de som na Avenida Paulista, em São Paulo, e prometeu desobedecer decisões do magistrado. Em nota divulgada nesta quinta-feira, porém, disse que as declarações foram feitas no "calor do momento", que não teve "nenhuma intenção e agredir quaisquer dos Poderes" e chegou a elogiar Moraes.
 
Em outro recuo, na noite desta quarta-feira, 8, Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, enviaram mensagens pedindo aos caminhoneiros para interromperem as paralisações. Na mensagem, Bolsonaro trata os caminhoneiros como "aliados" e apela para que os manifestantes desobstruam as vias porque "atrapalha nossa economia".
 
O chefe do Poder Executivo se reuniu na tarde dessa quinta-feira (9) com líderes da categoria, como Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, para negociar o fim das paralisações. Após o encontro, Burgardt indicou que o os manifestantes devem continuar mobilizados até representantes serem recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A intenção do grupo é pressionar o chefe do Congresso a abrir processo de impeachment contra Moraes. Um pedido apresentado pelo chefe do Executivo no mês passado foi rejeitado por Pacheco.
 
Alguns manifestantes ainda resistem a sair da Esplanada. A Polícia Militar do DF tentou usar guinchos para retirar os caminhões, mas uma parte ainda segue estacionada lá. "Ainda não saíram, na verdade só tiraram da via, do meio da pista", disse o major Michelo Bueno, porta-voz da PM-DF.
 
A Confederação Nacional do Transporte (CNT), que representa as empresas do setor, disse que vê com preocupação a paralisação dos caminhoneiros bolsonaristas.
 
No boletim divulgado às 20h30 dessa quinta (9), o Ministério da Infraestrutura informou que não há mais bloqueios em rodovias. No entanto, a pasta disse que ainda eram registrados pontos de concentração em rodovias federais de 14 Estados.

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