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Dormir pouco aumenta a vontade de comer, revela pesquisa

Levantamento constatou que dormir menos de sete horas por dia aumenta o "risco" de ingestão de comidas menos nutritivas e com uma maior quantidade de calorias

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Ana Maria Miranda

Publicado em 26/09/2021 às 11:31
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Você já percebeu uma maior vontade de ingerir comidas calóricas quando está com sono ou cansado? De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, existe uma explicação para isso. Realizado com 20 mil homens e mulheres, o levantamento constatou que dormir menos de sete horas por dia aumenta o "risco" de ingestão de comidas menos nutritivas e com uma maior quantidade de calorias. As informações são da agência O Globo.

A pesquisa coletou informações alimentares e sobre a rotina de pessoas entre 20 e 60 anos, ao longo de onze anos. Os cientistas reuniram detalhes sobre o que foi consumido e os horários. A quantidade média de sono noturno também foi considerada. Durante o período estudado, os participantes foram divididos entre o grupo que cumpria as recomendações de dormir pelo menos sete horas por noite e o dos que descansavam por menos tempo.

Os pesquisadores usaram o banco de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para estimar a ingestão de nutrientes relacionada aos lanches dos participantes. Em seguida, foram criados três intervalos de tempo para a hora da alimentação: das 2h às 11h59 (manhã); de 12h às 17h59 (tarde); e 18h a 1h59 (noite).

Ao fim do estudo, os resultados apontaram que 95,5% dos que dormiam menos de sete horas por noite eram mais propensos a comer no mínimo um lanche mais calórico. Além disso, mais de 50% das calorias estavam agrupadas em categorias com pouco valor nutricional, como refrigerantes e bebidas energéticas, batatas fritas, biscoitos e doces.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira do Sono, Andrea Bacelar, o resultado tem relação com um mecanismo cerebral, responsável pelo sistema de recompensas. "Quando dormimos mal e pouco, temos uma alteração nessa região. Com a desregulação, o corpo entende que 'merecemos' comer mais para conseguir as energias necessárias para continuarmos acordados. É aí que surge a vontade de comer coisas pouco nutritivas e muito calóricas, como um hambúrguer, um sorvete", explica.

O resumo do estudo foi publicado no Jornal da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos; já a pesquisa será apresentada em uma sessão de pôsteres em outubro, na Food & Nutrition Conference & Expo 2021.

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