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Criolipólise: entenda o tratamento estético que virou polêmica após efeito colateral em ex-modelo

Ex-supermodel diz que criolipólise teria deformado corpo; procedimento é feito para queimar gordura

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AFP, Marília Banholzer

Publicado em 26/09/2021 às 8:20
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A gordura localizada é uma das maiores queixas das mulheres, mesmo aquelas que seguem uma dieta regrada e prática de exercícios físicos. Para tentar eliminá-la, muitas pessoas, independente do gênero, recorrem a tratamentos estéticos. A criolipólise é um deles. Já popularizado no Brasil, desde que virou febre em 2015, nesta semana o procedimento acabou se tornando alvo de uma polêmica.

A ex-supermodelo Linda Evangelista, de 56 anos, disse que foi permanentemente desfigurada por um procedimento estético de redução de gordura que deu errado e a deixou "irreconhecível". Ela contou que passou pelo procedimento "CoolSculpting" (a criolipólise) há cinco anos e sofreu um raro efeito colateral que faz com que suas células de gordura aumentem em vez de diminuir.

Ícone da moda dos anos 90 ao lado de nomes como Cindy Crawford e Naomi Campbell, Evangelista disse que não foi avisada sobre os riscos do procedimento e entrará com um processo de 50 milhões de dólares contra a empresa que realizou a criolipólise. Ela garantiu que sua aparência atual - produto de uma condição chamada hiperplasia adiposa paradoxal - explica sua ausência dos holofotes nos últimos anos. 

"Minhas células de gordura aumentaram, não diminuíram, e fiquei permanentemente deformada mesmo depois de passar por duas cirurgias corretivas dolorosas e mal sucedidas. Tenho estado, como a mídia descreve, 'irreconhecível'", acrescentou Linda.

Criolipólise bomba no Google

Após o caso da ex-supermodel, a técnica, que realiza o congelamento da gordura, se tornou um dos termos mais pesquisados no Google. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a criolipólise é um procedimento não invasivo (sem cortes) e clinicamente testado que reduz camadas de gordura em áreas difíceis (abdome, flancos, região interna da coxa, gordura das costas e submentoniana).

O tratamento é feito com um aparelho que possui ventosas (aplicadores) de diversos tamanhos e a escolha do aplicador dependerá da quantidade de gordura e da área corporal a ser tratada. A sessão dura de 40 a 60 minutos , com temperaturas acima do congelamento, porém, abaixo da temperatura corporal normal entre 36 e 37ºC. 

Ainda de acordo com a SBD, a "criolipólise é uma tecnologia revolucionária de resfriamento controlado que ataca somente as células de gordura no local da aplicação, induzindo à eliminação de forma natural e controlada". O volume de gordura na área tratada é reduzido sem danificar os tecidos ao redor. O resultado é percebido após dois a três meses da aplicação. Um novo procedimento, no mesmo local, só poderá ser realizado após esse período. A média estimada de redução de gordura após um único procedimento é de 25%.

E as contraindicações da criolipólise?

A Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que as contraindicações são mínimas: gestação, hérnia no local, urticária ao frio e crioglobulinemia (doenças relacionadas ao frio, pois se trata de uma técnica que tem como base o congelamento). Além disso, pacientes com diabetes, problemas cardíacos ou com outras contraindicações para cirurgia podem se submeter à criolipólise.

Os efeitos colaterais comuns incluem eritema temporário, edema e dor leve. Se o procedimento não for feito da forma correta (máquina calibrada na temperatura certa, tempo indicado e manta especial) pode causar queimaduras na pele do paciente.

O procedimento deve ser realizado por um profissional especialista em pele, bem treinado e experiente. Antes de realizar o tratamento, o paciente deve ser informado sobre os possíveis efeitos colaterais. "O procedimento é feito em consultório. Precisa ter uma boa indicação, porque é a gordura localizada. É preciso fazer uma avaliação para ver se o paciente tem indicação. Ele precisa ser feito de maneira correta, porque tem toda uma acoplagem da ponteira. Existe uma manta de proteção para que o frio não queime a pele e ela precisa ser muito bem acoplada", alerta a dermatologista da SBD.

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