Treino em jejum ajuda a queimar gordura corporal, mas existem riscos; entenda
Nutricionista explica como funciona essa estratégia de emagrecimento, mas faz alertas
As dietas, sejam para emagrecimento, hipertrofia, ou qualquer outra finalidade, é feita de estratégias. O jejum intermitente associado à prático de exercícios é uma delas. Neste caso o objetivo é claro: queimar gordura localizada. No entanto, a doutora em nutrição Lisianny Cocri (@lisiannycocri), que atua como coordenadora do curso de nutrição da UniFBV, explica quando e como a junção de jejum com exercício físico deve ser feito para não colocar a saúde e bem-estar do atleta em risco.
Em primeiro lugar, de acordo com a literatura científica, é considerado jejum um período a partir de 6h sem alimentação, mas os principais estudos são feitos usando como base os jejuns de 12h. Então, nesse período sem ingestão de comida a pessoa pode beber água ou chás (desde que não sejam adoçados, nem com adoçante).
De acordo com Lisianny, não existem regras gerais e o funcionamento dessa estratégia depende do organismo de cada indivíduo. Mas, no geral, praticar exercício físico em jejum ajuda a queimar a gordura localizada já que o corpo precisará utilizar a gordura para conversão em energia. acredita-se que, cada vez que você se condiciona para praticar exercício em jejum, o seu metabolismo fica mais eficiente para queimar gordura.
A estratégia, porém, não é indicada para pessoas com diabetes, grávidas, crianças e adolescentes. Aqueles que estão voltando a praticar exercícios após um período de sedentarismo também não devem iniciar esse tipo de estratégia. "O ideal é de que haja um acompanhamento de um nutricionista para avaliar de 15 em 15 dias como esse planejamento está funcionando, o que precisa ser ajustado. Até porque esse tipo de jejum para queimar gordura precisa estar associada a uma dieta de déficit calórico e o jejum prolongado em si não é algo que as pessoas aguentem sustentar por um longo período", analisa Lisianny Cocri.
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Confira o resumo da entrevista sobre jejum e exercício físico com a nutricionista Lisianny Cocri:
A pessoa em jejum pode fazer qualquer tipo de treino?
Sim. Desde que o praticante já esteja habituado àquele treino. Não é indicado iniciar uma nova prática de exercício ao mesmo tempo de estar em jejum, pois é necessário esperar o condicionamento do corpo para aquela atividade física. Porém, o mais indicado são os treinos de intensidade moderada. Atividades com maior duração, como maratonas ou os chamado 'longão' de bike - que demoram mais de 1h - não são os treinos mais indicados para quem faz jejum pré-treino.
O jejum pode afetar meu rendimento nos treinos?
Sim. Mas isso depende do condicionamento físico de cada pessoa. Não é um regra de que a pessoa em jejum renderá menos nos treinamentos.
Além de queimar a gordura, posso vir a perder massa magra (musculatura)?
Talvez. A proposta é que o corpo transforme gordura em energia, mas sem uma dieta adequada o metabolismo pode acabar tirando energia de outras fontes, como a "queima" dos músculos. De acordo com Lisianny, jejum e exercício deixará o corpo mais seco e o músculo mais em evidência. "Mas eu não diria para alguém que busca a hipertrofia que essa seria a melhor estratégia alimentar".
Quais os riscos dessa estratégia?
Se não for bem acompanhado e bem condicionado, o praticante pode apresentar algum mal-estar, como queda de pressão e hipoglicemia. Mas não há como prever o real risco ou se a pessoa está "pronta" para encarar o treino em jejum. Deve ser introduzido aos poucos no tocante ao tempo e intensidade do treino.
A estratégia do exercício em jejum tem prazo?
Não. No entanto, não são todas as pessoas que conseguem se adequar a uma dieta restritiva em volume calórico e manter o jejum antes da prática esportiva. Vai depender de cada objetivo e de cada metabolismo. Essa prática, porém, deve ser supervisionada para manter o bem-estar do atleta e o bom rendimento.
Como se alimentar após o treino em jejum?
A alimentação deve ser rica em proteína e carboidratos completos, como raízes e alguns legumes. A dieta deve ser orientada por um nutricionista.