INVESTIGAÇÃO

Chefe do gabinete do governador do Acre é presa em operação da PF

Ela é suspeita de envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados à cúpula do governo acreano

Imagem do autor
Cadastrado por

Julianna Valença

Publicado em 22/12/2021 às 11:09 | Atualizado em 22/12/2021 às 11:31
Notícia
X

Nesta quarta-feira (22), a chefe do gabinete do governador do Acre, Rosângela Gama, foi presa preventivamente pela Polícia Federal (PF). Ela é suspeita de envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados à cúpula do governo acreano. A ação acontece por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A prisão faz parte da segunda fase da “Operação Ptolomeu”, deflagrada pela polícia pela primeira vez no dia 16 de dezembro. De acordo com a PF, após a primeira ação, um conluio de servidores públicos praticou diversos atos relacionados à obstrução da investigação, na tentativa de destruir provas essenciais para a investigação.

Outros cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Rio Branco, no Acre, também são cumpridos nesta quarta-feira, em endereços relacionados aos envolvidos na investigação. “Diante da gravidade dos fatos ocorridos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva da chefe de gabinete do governador do Estado, além da imediata instauração de novo inquérito policial, visando a apuração do crime de obstrução de investigação de organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/13)”, declarou a PF em nota.

Operação Ptolomeu

Em sua primeira fase, a “Operação Ptolomeu” identificou um grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos do Acre, que atuavam no desvio dos recursos públicos. Cerca de 150 agentes federais e 10 auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram 41 mandados de busca e apreensão, além de um de prisão. O governador Gladson Cameli (PP) também foi alvo.

As ações aconteceram nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre; Manaus no Amazonas; e Brasília, Distrito Federal. Medidas cautelares para os investigados também foram imputadas, como o afastamento da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados.

Além disso, o STJ também determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 7 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de veículos de luxo adquiridos com o proveito dos crimes. “Foram identificadas dezenas de transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições superfaturadas de veículos de luxo", afirmou a PF em nota.

Ainda segundo a polícia, a  CGU apurou que as empresas envolvidas possuíam um grande volume de contratos com o poder público. "O valor total empenhado para sete empresas foi de 142 milhões de reais durante o período analisado, sendo 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do FUNDEB. Ademais, foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados”, concluiu.

Tags

Autor